Setembro de 2025 consolidou a Avenida Paulista como arena central das tensões políticas do país. A avenida foi cenário de dois grandes atos com pautas divergentes: um em defesa da anistia para condenados dos ataques de 8 de janeiro e outro contra essa proposta. O primeiro evento, realizado no feriado de 7 de setembro, mobilizou aproximadamente 42.200 pessoas na região do MASP, de acordo com metodologia de contagem aérea aplicada pela USP. Grupos alinhados à direita reivindicaram a medida e criticaram decisões do Supremo Tribunal Federal. O espaço, delimitado rigorosamente em quatro quarteirões, confirmou o poder de mobilização de apoiadores de lideranças conservadoras.
Poucos dias depois, movimentos progressistas, entidades sindicais e parlamentares organizaram o protesto contra a anistia e contra propostas legislativas que poderiam blindar agentes públicos. A manifestação, apurada pelo mesmo levantamento técnico, atingiu cerca de 42.400 participantes, distribuídos pelos mesmos quatro quarteirões da Paulista. As vozes reunidas expressaram repúdio à tentativa de impedir responsabilização judicial e defenderam a continuidade das investigações e ações no Congresso Nacional. Apesar da chuva intermitente, os organizadores mantiveram a ocupação, com ampla participação social e política.
A equivalência numérica e proporcional entre ambas as manifestações ilustra com precisão o grau de polarização e disputa interpretativa em torno das decisões políticas e jurídicas do país. O uso de métodos científicos para mensuração retira margem de dúvidas sobre a dimensão dos eventos e reforça o papel das ruas como espaço legítimo de pressão. Os dados sustentam que a Avenida Paulista permanece referência para análises sobre mobilização popular e o embate democrático em períodos críticos.
Data |
Posição política |
Nº de pessoas (estimativa) |
Quarteirões ocupados na Paulista |
07/09/2025 |
Pró-anistia |
42.200 |
4 |
21/09/2025 |
Contra anistia |
42.400 |
4 |
O duelo simbólico entre os atos evidenciou que o debate sobre justiça, democracia e representação vai permanecer em evidência. O resultado das mobilizações será parâmetro para decisões futuras, consolidando o protagonismo das ruas na construção política brasileira.
(*) Com informações das fontes: G1, Agência Brasil, Veja, CNN Brasil, UOL, BBC, Poder360, USP, Monitor do Debate Político, More in Common.
* Vicente Barone é analista político, editor chefe do Grupo @HORA de Comunicação, esteve à frente de diversas campanhas eleitorais como consultor político e de marketing, foi executivo de marketing em empresas nacionais e multinacionais, palestrante nacional e internacional para temas de marketing social, cultural, esportivo e de trasnporte coletivo, além de ministrar aulas como professor na área para 3º e 4º graus - www.barone.adm.br