|
Gleisi Hoffmann, ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais no governo Lula e presidente nacional do PT, afirmou em 22 de dezembro que a taxa Selic de 15% ao ano representa a principal causa do aumento da dívida pública brasileira, e não o crescimento das despesas governamentais em cerca de 5% acima da inflação. Ela criticou reportagens que destacam o descontrole fiscal, argumentando que os juros elevados, 10 pontos percentuais acima da inflação, sugam recursos do Orçamento, limitando investimentos, serviços públicos e programas sociais. A fala ocorre após o Copom manter a Selic inalterada pela quarta vez consecutiva em 10 de dezembro, em um cenário de inflação projetada em 4,06% para 2026, dentro da meta de 3% com tolerância de 1,5 ponto.
Reações da Esquerda
Lideranças petistas endossam a visão de Gleisi, atribuindo a política monetária a uma suposta sabotagem ao crescimento econômico. O deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) classificou a manutenção da Selic como descasada da realidade, prejudicial a empregos e crédito, ecoando críticas anteriores de Gleisi ao ex-presidente do BC Roberto Campos Neto. Lula expressou otimismo por cortes futuros nos juros, negando pressão direta sobre o atual presidente do BC, Gabriel Galípolo, mas insinuando que o cenário será corrigido com o tempo.
Críticas da Direita
Figuras conservadoras rebateram duramente, acusando o governo de populismo fiscal irresponsável. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) chamou as declarações de descalabro, defendendo a autonomia do BC para conter a inflação gerada por gastos desenfreados. Economistas liberais, como Armínio Fraga, ex-presidente do BC, ironizaram a confusão entre política fiscal e monetária feita por Gleisi, enquanto veículos de direita destacaram que minimizar despesas acima da inflação ignora o arcabouço fiscal em vigor.
Desempenho de Mercados em 26/12
Em dia de liquidez reduzida pós-Natal, o Ibovespa avançou 0,27%, fechando em 160.896,64 pontos, com máxima de 160.913,32 e mínima de 159.358,93, sustentado por ações de commodities apesar de feriados globais. O dólar comercial subiu 0,25%, cotado a R$ 5,5451 na venda, após leilões do BC injetarem US$ 2 bilhões em linhas cambiais, mas pressionado por saídas de capital e queda do petróleo.
Fatores Influenciadores
Politicamente, a confirmação de Flávio Bolsonaro como pré-candidato do ex-presidente Jair Bolsonaro às eleições de 2026 gerou cautela, com investidores questionando competitividade em um eventual segundo turno contra Lula. Macroeconômicos, o IPCA-15 de dezembro em 0,25% (4,41% em 12 meses) ficou abaixo do esperado, mas incertezas fiscais mantêm Selic alta. Externamente, feriados em Europa e Ásia reduziram volumes, enquanto queda no petróleo penalizou emergentes como o Brasil; fluxo cambial negativo de US$ 6,472 bilhões na semana anterior ampliou volatilidade.
(*) Com informações das fontes: Agência Brasil, Veja, Gazeta do Povo, Jornal do Comércio, CNN Brasil, G1, InfoMoney.
|