A notícia do falecimento de Diane Keaton, aos 79 anos, marcou em definitivo a história do cinema mundial neste sábado, 11 de outubro de 2025. Vencedora do Oscar de Melhor Atriz por "Noivo Neurótico, Noiva Nervosa" (1977), Keaton construiu uma carreira que atravessou mais de cinco décadas, renovando constantemente o olhar e a atuação femininas na tela grande. A causa da morte não foi revelada pela família, que, em nota, pediu privacidade neste momento de luto.
A atuação que transcendeu gerações
Nascida em Los Angeles, em 1946, Diane Keaton iniciou a carreira nos palcos de teatro e rapidamente conquistou espaço no cinema e na TV ainda nos anos 1970. Sua estreia nas telonas ocorreu em "As Mil Faces do Amor" e logo em seguida ela se tornaria mundialmente reconhecida ao viver Kay Adams, par romântico de Al Pacino na icônica trilogia "O Poderoso Chefão" (1972, 1974 e 1990). A personagem, construída com nuances raras, colaborou para humanizar e até tensionar a narrativa masculina típica dos grandes épicos do crime.
No entanto, foi a parceria com Woody Allen que a projetou definitivamente como uma das grandes intérpretes dos EUA. Em "Noivo Neurótico, Noiva Nervosa" ("Annie Hall", 1977), Keaton não apenas conquistou o Oscar, mas imprimiu um novo arquétipo de protagonista feminina: intelectual, insegura, espirituosa e, sobretudo, real. Outros sucessos com Allen, como "Manhattan" (1979) e "O Dorminhoco" (1973), ampliaram o repertório da atriz e perpetuaram sua identidade entre o drama e o humor sutil.
Resumo: Filmes de Diane Keaton e Principais Personagens
Ano |
Filme |
Personagem |
1970 |
As Mil Faces do Amor |
Joan |
1972 |
O Poderoso Chefão |
Kay Adams |
1972 |
Sonhos de um Sedutor |
Linda |
1973 |
O Dorminhoco |
Luna Schlosser |
1974 |
O Poderoso Chefão 2 |
Kay Corleone |
1975 |
A Última Noite de Boris Grushenko |
Sonja |
1977 |
Noivo Neurótico, Noiva Nervosa (Annie Hall) |
Annie Hall |
1977 |
À Procura de Mr. Goodbar |
Theresa Dunn |
1978 |
Interiores |
Renata |
1979 |
Manhattan |
Mary |
1982 |
A Chama Que Não Se Apaga |
Faith Dunlap |
1984 |
Mrs. Soffel – Um Amor Proibido |
Kate Soffel |
1987 |
Presente de Grego |
J.C. Wiatt |
1990 |
O Poderoso Chefão 3 |
Kay Adams |
1991 |
O Pai da Noiva |
Nina Banks |
1993 |
Um Misterioso Assassinato em Manhattan |
Carol Lipton |
1995 |
O Pai da Noiva 2 |
Nina Banks |
1996 |
As Filhas de Marvin |
Bessie |
1996 |
O Clube das Desquitadas |
Annie MacDuggan Paradis |
2003 |
Alguém Tem Que Ceder |
Erica Barry |
2005 |
Tudo em Família |
Sybil Stone |
2007 |
Minha Mãe Quer Que Eu Case |
Daphne Wilder |
2013 |
O Casamento do Ano |
Ellie Griffin |
2018 |
Do Jeito Que Elas Querem |
Diane |
2019 |
As Rainhas da Torcida |
Martha |
2023 |
Casamento em Família |
Rita Allens |
2023 |
Do Jeito Que Elas Querem: O Próximo Capítulo |
Diane |
2024 |
Arthur's Whisky |
Linda |
2024 |
Acampamento Com As Amigas |
Nora |
(tabela inclui principais filmes e personagens de Diane Keaton; fonte detalhada ao final da matéria)
Da consagração ao Oscar e além
Ao todo, Keaton foi indicada quatro vezes ao Oscar: além de "Noivo Neurótico, Noiva Nervosa", mereceu destaque por "Reds" (1981), "As Filhas de Marvin" (1996) e "Alguém Tem Que Ceder" (2003). O prêmio conquistado em 1978 não apenas celebrou sua performance inovadora, mas também abriu portas para papéis femininos mais múltiplos e complexos no cinema americano.
A atriz transitou por gêneros, do romance ao drama, do policial à comédia romântica, sempre imprimindo autenticidade. Exemplo disso foi sua passagem por "O Pai da Noiva", "As Filhas de Marvin", "Baby Boom" e "O Clube das Desquitadas", títulos de enorme sucesso e admiração crítica. Até mesmo em dublagem (em "Procurando Dory", da Pixar) e na era do streaming, com participações recentes, Keaton permaneceu relevante e conectada ao público contemporâneo.
Sua trajetória como diretora e produtora ajudou a pavimentar espaço para mulheres atrás das câmeras. Carol eclética, também atuou em videoclipes, como o premiado "Ghost" de Justin Bieber em 2023, mostrando que a paixão pela arte não tinha limites.
História pessoal e legado
Figura de personalidade forte, Diane Keaton nunca se casou e deixa dois filhos adotivos, Dexter e Duke. Seu perfil marcante, do figurino exótico à fala sutil e gestos precisos, tornou-se um padrão admirado, copiado e discutido por críticos e fãs.
A morte de Diane Keaton encerra um ciclo em Hollywood, mas seu impacto nunca cessará. Com mais de sessenta filmes e personagens inesquecíveis, ela redefiniu o significado da atuação feminina e permanece como referência máxima para várias gerações de atores e cinéfilos. Diane Keaton foi, e seguirá sendo, a síntese do talismã cênico: rara, plural, eterna.
(*) Com informações das fontes: Veja, G1, Agência Brasil, CNN Brasil, NSC Total, Olhar Digital, Wikipédia, AdoroCinema, IMDb, Forbes Brasil.