O cenário midiático brasileiro se tornou palco para embates políticos intensos diante da cobertura reservada ao presidente Lula e à oposição nos principais telejornais e portais do país. Emissoras como Globo, SBT, Record e Band têm adotado abordagens distintas e, frequentemente, controversas em relação ao governo e aos seus opositores, colocando em evidência tanto posicionamentos críticos quanto favoráveis.
Pesquisas recentes apontam que editoriais dos grandes grupos de mídia impressa e televisiva, como Globo e Folha de S.Paulo, mantêm tendência predominantemente crítica ao governo Lula. Levantamentos indicam que de 66% a 84% dos textos publicados em 2023 mencionaram o presidente de forma negativa, especialmente sobre temas como gestão fiscal, controle de estatais e políticas econômicas. No entanto, pautas como a reforma tributária têm recebido avaliação positiva, ainda que com ressalvas.
O governo Lula, por sua vez, destinou mais verbas publicitárias para Record e SBT em 2024, elevando a fatia dessas emissoras no bolo publicitário e buscando diversificar a forma de comunicação com o público. A Globo, apesar de manter a liderança em audiência, perdeu espaço relativo no recebimento de verbas federais e viu sua participação cair de 63% para 50%. O SBT e a Band, menos contemplados com entrevistas exclusivas do presidente, vêm reivindicando maior espaço e protagonismo nas agendas oficiais.
De um lado, críticos da cobertura alegam que há desequilíbrio, ora favorecendo o governo, ora reforçando ataques da oposição e dificultando o debate público plural.
O deputado Sanderson (PL-RS) afirma: “A política externa ideológica e o controle midiático colocaram o Brasil em rota de colisão com o mundo civilizado”. Por outro lado, defensores da postura dos veículos argumentam que a função primordial da imprensa é o escrutínio aberto e crítico.
O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), diz que “é papel dos meios de comunicação questionar, informar com autonomia e expor divergências, mantendo a democracia”.
No plano internacional, a cobertura da mídia brasileira também tem repercussão. O governo dos Estados Unidos, na figura do presidente Donald Trump e apoiadores como o senador Marco Rubio, criticou publicamente decisões do STF e a postura do governo Lula nas relações com a imprensa, afirmando que haveria perseguição política.
Rubio afirmou: “As perseguições políticas pelo Brasil terão resposta à altura dos Estados Unidos”. O Congresso brasileiro repudiou, por meio do Itamaraty, as ameaças e reiterou o compromisso com a liberdade de imprensa e a democracia.
A tabela abaixo sintetiza a distribuição de verbas federais e o tratamento midiático de Lula e opositores:
Emissora |
Verba Federal 2023 (%) |
Verba Federal 2024 (%) |
Cobertura predominante |
Globo |
63 |
50 |
Crítica, maior audiência |
Record |
14 |
19 |
Busca aproximação, fala evangélica |
SBT |
14 |
20 |
Expansão, cobre oposição |
Band |
5 |
9 |
Menos entrevistas, busca espaço |
Esse panorama revela que o debate sobre a posição da mídia em relação ao governo Lula e seus adversários permanece relevante e disputado, influenciando não apenas a opinião pública nacional como também o olhar de governos estrangeiros sobre a democracia brasileira.
(*) Com informações das fontes: Veja, G1, Exame, CartaCapital, CNN Brasil, Senado Federal, NaTelinha.