Na manhã (tarde no horário dos EUA) do dia 6 de outubro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, realizaram uma videoconferência que marcou o primeiro contato direto entre os dois chefes de Estado desde a volta de Trump à Casa Branca. O encontro teve como foco as relações comerciais entre os países, com destaque para a recente adoção pelos EUA de uma tarifa de 25% sobre a importação de caminhões, tema considerado sensível para a indústria brasileira.
Tradução
"Esta manhã, tive uma ótima conversa telefônica com o Presidente Lula, do Brasil. Discutimos muitos assuntos, mas o foco principal foi a economia e o comércio entre nossos dois países. Teremos novas discussões e nos encontraremos em um futuro não muito distante, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. Gostei da conversa — nossos países se darão muito bem juntos!"
Lula abriu a reunião destacando a importância do comércio livre e da cooperação para o desenvolvimento econômico mútuo. Segundo relato oficial, o presidente brasileiro solicitou a suspensão da tarifa sobre caminhões, argumentando que a medida “impacta duramente a indústria nacional de veículos e pode afetar negativamente trabalhadores dos dois países”. Lula afirmou:
“Pedimos que revejam essa decisão para preservar empregos e fortalecer a parceria histórica entre Brasil e Estados Unidos”.
Trump, por sua vez, permaneceu firme na defesa da nova tarifa, adotando um discurso de proteção à indústria americana.
“Nosso compromisso prioritário é com os empregos americanos. Tomamos essa medida para reconstruir nossa base industrial e garantir que caminhões fabricados nos EUA tenham competitividade no mercado doméstico”, declarou. O presidente americano também ressaltou que negociações bilaterais continuarão, mas enfatizou que “o Brasil é parceiro estratégico, porém cada país precisa cuidar dos interesses de sua população”.
Ao repercutirem a reunião, representantes de setores empresariais brasileiros citaram o risco de uma queda nas exportações e lamentaram a falta de avanço imediato. O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) avaliou, sob anonimato, que “a tarifa dificulta o acesso ao principal mercado do continente para caminhões produzidos no Brasil”.
Por outro lado, analistas alinhados ao setor industrial americano defenderam a posição de Trump. Em declaração formal, o porta-voz da Associação Americana de Caminhoneiros considerou a tarifa necessária para “proteger empregos e estimular o investimento em tecnologia nacional”.
No plano político, a posição do governo brasileiro foi de insistência no diálogo e busca por solução negociada. O Itamaraty informou, em nota, que o Brasil seguirá em tratativas diplomáticas e espera flexibilidade dos EUA para evitar impacto negativo sobre a balança comercial. O governo dos Estados Unidos, por sua vez, reiterou que “medidas semelhantes podem ser reavaliadas de acordo com os resultados econômicos internos e com o avanço das negociações”.
Especialistas apontam que a reunião evidenciou divergências de abordagem sobre comércio exterior e política industrial entre Lula e Trump. Analistas ouvidos ponderam que, “enquanto o Brasil busca preservar o acesso ao mercado americano com cargas tributárias mais baixas, os EUA querem reforçar sua indústria nacional mesmo sob risco de desacordo em setores estratégicos”.
A discussão sobre a tarifa de 25% ainda deverá seguir nos próximos meses, com expectativa de novas rodadas de negociação e pressões internas de diversos setores econômicos dos dois países.
(*) Com informações das fontes: Presidência da República, Casa Branca, Anfavea, Associação Americana de Caminhoneiros, Ministério das Relações Exteriores, declarações públicas de Lula e Donald Trump, entrevistas a agências e veículos de imprensa norte-americanos e brasileiros.