"> Pesquisa identifica 20,5 milhões de brasileiros sem acesso à internet

 

Informática - 24/07/2025 - 10:10:15

 

Pesquisa identifica 20,5 milhões de brasileiros sem acesso à internet

 

Da Redação com Abr

Foto(s): Divulgação / pexels / ThisIsEngineering

 

Os dados fazem parte de um suplemento sobre tecnologia da informação e comunicação da Pnad,

Os dados fazem parte de um suplemento sobre tecnologia da informação e comunicação da Pnad,

Uma prática cada vez mais disseminada ainda é raridade no cotidiano de 20,5 milhões de brasileiros: o uso da internet. Esse contingente representa 10,9% das pessoas com 10 anos ou mais de idade em 2024. Desses, quase a metade (45,6%) aponta como motivo para não acessar a internet não saber como fazer. São 9,3 milhões de pessoas.

Os dados fazem parte de um suplemento sobre tecnologia da informação e comunicação da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), divulgada nesta quinta-feira (24) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Os pesquisadores visitaram domicílios no último trimestre de 2024 e fizeram perguntas sobre os hábitos dos brasileiros 90 dias antes da realização da pesquisa.

Entre os idosos, o motivo não saber mexer alcançava 66,1%. Apesar disso, a pesquisa revela que eles estão usando cada vez mais a internet.

Idosos que usam Idosos que usam internet crescem quase quatro vezes em oito anos

Número passou de 6,5 milhões para 24,5 milhões, mostra IBGE - Publicado em 24/07/2025 - 10:05

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De 2016 a 2024, o número de idosos que acessam a internet saltou de 6,5 milhões para 24,5 milhões. Esse crescimento representa alta de 278%, ou seja, quase quadruplicou. Observando de outro ângulo, esses números revelam que, em 2016, 44,8% das pessoas com 60 anos ou mais utilizavam a internet. Em 2024, o patamar alcançou praticamente 70% (69,8%) dos idosos.

Os dados fazem parte de um suplemento sobre tecnologia da informação e comunicação da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), divulgada nesta quinta-feira (24) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Os pesquisadores visitaram domicílios no último trimestre de 2024 e fizeram perguntas sobre os hábitos dos brasileiros 90 dias antes da realização da pesquisa. O levantamento traz dados desde 2016.

O analista da pesquisa, Gustavo Geaquinto Fontes, destaca que os idosos têm aumentado o acesso ano a ano, embora ainda sejam o grupo que menos usa a rede.

A oferta de serviços fornecidos pela internet é um dos motivos que explicam essa ampliação, acredita Fontes.

“Eu acho que a internet tem feito cada vez mais parte do cotidiano da sociedade, de uma forma geral. Muitos serviços são acessados pela internet, as pessoas, muitas vezes, se comunicam pela internet, muitas vezes é importante para o trabalho das pessoas”, descreve o analista.

Dos 24,5 milhões de idosos com acesso à internet, 87,9% usavam a rede todos os dias.

Quase 170 milhões

Em 2024, 168 milhões de pessoas que acessaram a internet no Brasil, o que representa 89,1% da população com 10 anos ou mais de idade.

A pesquisa do IBGE revelou que, entre os principais usos da internet, estão enviar e receber mensagens, comunicação e acesso a bancos.

Evolução do acesso à internet (percentual da população com 10 anos ou mais)
2016 66,1%
2017 71,1%
2018 76,2%
2019 79,5%
2020*  –
2021 84,7%
2022 87,2%
2023 88%
2024 89,1%
*Por causa da pandemia de covid-19, a pesquisa não foi realizada em 2020

O levantamento mostra que 95,2% das pessoas que utilizam a internet o fazem diariamente. Apenas 0,6% usa menos de uma vez por semana.

O celular é meio de acesso para 98,8% das pessoas que acessam a internet.

Desde o início da pesquisa, houve duas tendências notáveis: por um lado, os computadores, sejam PCs ou notebooks, perderam a preferência das pessoas. Em 2016, 63,2% acessavam a internet pelo computador, patamar reduzido para 33,4% em 2024.

No sentido contrário, aparelhos de TV passaram a ser mais utilizados, saltando de 11,3% da preferência em 2016 para mais da metade (53,5%) em 2024.

Os pesquisadores identificaram que, dos 80 milhões de domicílios do país, 74,9 milhões (93,6%) tinham acesso à internet. Em 2016, eram 70,9%.

Nos domicílios com internet, o rendimento médio mensal por pessoa era de R$ 2.106. Nas casas sem internet, R$ 1.233.

Praticamente todos (99,9%) os domicílios do país que têm internet fazem a conexão por banda larga, seja fixa ou móvel.

Urbana x rural

O estudo do IBGE revela desigualdades regionais relacionadas ao acesso à internet. Enquanto na área urbana, 94,7% dos lares têm internet, na zona rural o índice é de 84,8%.

Ao observar o número de pessoas, os pesquisadores identificaram que diminuiu a distância entre a cidade e o campo.

Pessoas que utilizaram a internet
  Área urbana Área rural
2016 71,4% 33,9%
2024 90,2% 81%

“Houve um crescimento muito acelerado do uso da internet entre população residente em áreas rurais, diminuindo a diferença em relação à área urbana”, diz Fontes, que enfatiza: “O acesso à população rural não [se dá] necessariamente no domicílio, mas em qualquer local.”

Internet das coisas

Os chamados dispositivos inteligentes acessados pela internet, como câmeras, caixas de som, lâmpadas, aparelho de ar condicionado e geladeiras estão ficando, aos poucos, mais comuns nas casas. Em 2022, 14,3% dos endereços tinham ao menos um desses aparelhos, percentual que subiu para 18,1% em 2024.

Analisando pela localidade, 19,1% dos domicílios em áreas urbanas têm dispositivos inteligentes. Nas áreas rurais, o percentual cai para 8,8%.

O levantamento estima em 168 milhões o número de pessoas com acesso à internet, o que representa 89,1% da população com 10 anos ou mais de idade.

O instituto buscou saber os motivos que deixaram 20,5 milhões sem acessar a internet. Não saber mexer e falta de necessidade são as duas razões mais apontadas.

Motivo para não usar a internet
Não sabiam utilizar 45,6%
Falta de necessidade 28,5%
Serviço de acesso caro 7,5%
Outro motivo 4,5%
Falta de tempo 4,3%
Preocupação com privacidade ou segurança 3,8%
Equipamento eletrônico necessário era caro 3,4%
Serviço de acesso não estava disponível nos locais que costumava frequentar 2,4%

Os motivos de ordem econômica – considerar o serviço ou o equipamento caro – estão menos comuns. Em 2024, somaram 10,9%, enquanto eram 16,2% em 2022, quando a pergunta começou a ser feita.

Os pesquisadores identificaram que, no grupo de pessoas que não tiveram contato com as redes, três em cada quatro (73,4%) eram sem instrução com apenas com ensino fundamental. Mais da metade (52,1%) eram idosos.

Preocupação com privacidade

Ao se debruçar para a grupo da população mais jovem, pessoas de 10 a 13 anos de idade, o levantamento mostra que principal motivo para não uso é a falta de necessidade, respondida por 33,9% dos entrevistados.

O IBGE destacou que a preocupação com privacidade ou segurança tem aumentado desde 2022, quando marcou 15,6% das respostas, saltando em 2024 para 22,5%.

A Pnad mostra que 167,5 milhões de pessoas de 10 anos ou mais de idade tinham telefone celular, o que correspondia a 88,9% da população dessa faixa etária.

Já entre os 5 milhões de jovens de 10 a 13 anos que não tinham celular, o principal motivo para não ter o equipamento foi a preocupação com a privacidade ou segurança, apontada por 24,1% das pessoas nessa idade. Em 2022, esse motivo era citado em 17,2% das respostas.

O analista da pesquisa, Gustavo Geaquinto Fontes, aponta que essa preocupação não é necessariamente uma decisão dos jovens.

“Pode refletir também a preocupação dos próprios pais ou responsáveis. Apesar de ser um equipamento importante para comunicação, é uma preocupação de pais”, destaca.

Cartilha com dicas

A organização da sociedade civil Childhood Brasil preparou uma cartilha com informações e orientações para garantir segurança na internet para crianças e adolescentes. O conteúdo pode ser encontrado neste endereço.

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