Com uniformes que imitavam os usados nos anos 50, Brasil e França deram início ao jogo que comemorou o centenário da Fifa. No Stade de France, nesta quinta-feira, os brasileiros usaram camisas e bermudas brancas, contra rivais que vestiam azul e branco. Rivais que, em 98, na final da Copa do Mundo, venceram o Brasil por 3 a 0 e impuseram sobre Ronaldo, Cafu e Roberto Carlos o maior revés de suas carreiras.
Dessa vez, porém, nenhum time conseguiu balançar as redes. O bom futebol apresentado pelos jogadores dos dois times terminou com um 0 a 0 que desanimou a torcida. Mas serviu como preparação para as partidas que o Brasil fará nas Eliminatórias para o Mundial de 2006, e a França na Eurocopa deste ano.
Apesar da festividade, a atmosfera do Stade de France remetia para o confronto de seis anos atrás. E a boa atuação do meia Zidane - companheiro de Ronaldo e Roberto Carlos no Real Madrid - contribuía para aumentar a tensão.
Mas, diferentemente de 98, o Brasil parecia mais animado. E com jovens revelações em campo, capazes de levar o time ao ataque com mais velocidade do que na final trágica. Como logo no primeiro minuto, quando Kaká recebeu a bola na direita e cruzou para a área, mas o goleiro Coupet segurou.
Inspirados pelo bom desempenho dos novatos, Roberto Carlos, Cafu e Ronaldo mostraram um comportamento bem diferente do jogo decisivo contra os franceses. Aos 9min, por exemplo, Ronaldo recebeu dentro da área, driblou Boumsong e chutou com força, mas mandou para fora.
Aos 21min, o atacante brasileiro teve outra boa chance. Dentro da área, Ronaldo acertou um belo chute, e o goleiro Coupet fez uma defesa bastante difícil ao espalmar a bola para escanteio.
Mas a França também tinha suas armas, e respondeu em seguida. Zidane, autor de dois gols na final de 98, continuava inspirado e Henry, reserva no Mundial vencido pelos franceses, mostrava o que o levava a ser considerado um dos melhores atacantes do mundo. Aos 22min, o artilheiro foi lançado na área, driblou Cris, mas chutou por cima do gol.
No minuto seguinte, Henry partiu pela direita e cruzou para a área. Trezeguet tocou para o gol de letra, mas Dida afastou a bola com os pés.
Animados com a boa atuação, os franceses que lotaram o Stade de France passaram a vaiar o Brasil e vibrar sempre que Zidane, o astro do jogo até então, tocava na bola.
No segundo tempo, Brasil e França trocaram de roupa e de estilo. A partida ficou mais veloz e os dois times, que fizeram duas substituições, criaram melhores chances.
A França atacou primeiro: aos 18min, Mendy partiu em velocidade, driblou Roberto Carlos e cruzou para Wiltord, que chutou para fora.
Mas antes que o fantasma de 98 passasse a assombrar a Seleção, os atacantes brasileiros tomaram conta do jogo. Aos 20min, Roberto Carlos chutou com força de fora da área e acertou a trave direita do gol francês.
Logo em seguida, Ronaldinho recebeu na entrada da área e chutou. Coupet caiu e fez a defesa. Aos 24min, Ronaldo recebeu a bola na entrada da área e arriscou o chute de esquerda. Novamente, o goleiro francês fez boa defesa.
Com a saída de Zidane no segundo tempo, a França perdeu seu poder criativo no meio de campo e praticamente não chegou mais ao gol de Dida.
No final, Júlio Baptista recebeu na área e teve a chance de fazer o gol que calaria o Stade de France. Mas Coupet espalmou para fora o chute forte do brasileiro. Uma defesa que decretou o empate por 0 a 0, mas enterrou de vez o fantasma francês na história da Seleção.
Ficha técnica
FRANÇA 0X0 BRASIL
Local: Stade de France, em Paris (FRA)
Juiz: Mejuto Gonzalez (ESP)
FRANÇA BRASIL
Equipes
Coupet
Thuram
Gallas
Desailly (Mendy)
Boumsong
Makelele
Vieira
Pires (Wiltord)
Zidane (Kapo)
Henry
Trezeguet
Técnico: Jacques Santini
Dida
Cafu
Luisão
Cris
Roberto Carlos
Edmílson
Juninho (Júlio Baptista)
Zé Roberto (Edu)
Kaká (Alex)
Ronaldinho
Ronaldo
Técnico: Carlos Alberto Parreira
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