A vitória da Seleção Brasileira por 5 a 1 sobre a Tunísia ficou manchada por mais um episódio de racismo. Na comemoração do segundo gol, feito por Richarlison, um torcedor do time adversário arremessou uma banana em direção aos jogadores brasileiros. Após a partida, o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, comissão técnica e jogadores protestaram e cobraram punições para que casos assim não se repitam.
Acompanhe abaixo os posicionamentos do centroavante Richarlison, do presidente Ednaldo Rodrigues, do coordenador da Seleção Brasileira Juninho Paulista, do técnico Tite e do auxiliar técnico César Sampaio
Richarlison – centroavante da Seleção Brasileira
“Espero que reconheçam esse torcedor e punam ele. É difícil. Teve o caso Vinicius Junior recentemente e agora acontece isso dentro do estádio. Espero que tenha punição e que sirva de lição para outras pessoas não fazerem isso.
A gente fica triste por esse momento. Espero que possam reconhece esse cara e que ele seja punido para servir de exemplo para que não aconteça. Na hora eu não vi, graças a Deus, porque estava de cabeça quente e não sei o que poderia acontecer. Espero que esse cara seja punido”
Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF
"Mais uma vez, venho publicamente manifestar o meu repúdio. Desta vez, vi com os meus olhos. Isso nos choca. É preciso lembrar sempre que somos todos iguais, não importa a cor, raça ou religião. O combate ao racismo não é uma causa, é uma mudança fundamental para varrer esse tipo de crime de todo o planeta. Eu insisto em dizer que as punições precisam ser mais severas".
Juninho Paulista – coordenador da Seleção Brasileira
“Fiz questão de vir para (entrevista coletiva) registrar. A CBF já soltou um comunicado repudiando esse ato. Estou aqui para reforçar isso. A CBF repudia veemente qualquer atitude de racismo. Isso é lamentável, acho que está na hora de parar. É hora de encontrar uma maneira de punir os infratores. Nós sabemos as dificuldades de se identificar, mas precisamos buscar essa identificação. Não é só dentro do estádio. Isso não é só no esporte. É também na vida. Está acontecendo bastante no estádio e as pessoas não estão sendo punidas. Precisamos encontrar uma maneira de identificar esses vândalos, esses racistas. Temos de bani-los do futebol”.
Tite, técnico da Seleção Brasileira
“Futebol não vale tudo. Estádio não é para se fazer o que quer. O processo de punição e identificação tem de ser também dentro de estádio, da torcida. Não tem ninguém de aceitar a exposição pública tomando xingamento ou qualquer situação. Que os órgãos responsáveis tomem uma medida, uma devida providência. Isso é educação. É de punição a quem faz as coisas erradas”.
César Sampaio, auxiliar técnico da CBF
Mesmo sendo redundante, compartilho da mesma opinião (do Juninho e do Tite). Infelizmente a gente chegou nesse ponto em que a gente precisa buscar a lei. E isso depois de tantas ações, depois de tentar fazer com que o ser humano faça uma reflexão. Eu concordo com o Juninho e o Tite para que os infratores sejam punidos. Passou do ponto. É desrespeito”
Nota de repúdio
A CBF repudia mais um ato de racismo envolvendo um jogador da Seleção Brasileira. Uma banana foi lançada em direção ao atacante Richarlison na comemoração do segundo gol do Brasil diante da Tunísia, nesta terça-feira (27), no Parque dos Príncipes, em Paris (FRA).
Presente no estádio com a delegação, o Presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, lamentou mais um episódio de racismo no futebol e voltou a destacar a importância de medidas mais rigorosas contra o preconceito.
"Mais um vez, venho publicamente manifestar o meu repúdio. Desta vez, vi com os meus olhos. Isso nos choca. É preciso lembrar sempre que somos todos iguais, não importa a cor, raça ou religião. O combate ao racismo não é uma causa, é uma mudança fundamental para varrer esse tipo de crime de todo o planeta. Eu insisto em dizer que as punições precisam ser mais severas", declarou.
Primeiro Presidente negro na história da CBF, Ednaldo Rodrigues tem sido voz ativa pela construção de um futebol antirracista. No último mês de agosto, a CBF recebeu a primeira edição do Seminário de Combate ao Racismo e à Violência no Futebol, evento pioneiro na batalha contra o preconceito no esporte. O dirigente é um defensor de punições mais severas para o controle do racismo no futebol e sugeriu a perda de pontos em episódios do tipo.
Antes mesmo da bola rolar contra a Tunísia, a CBF e o Itaú fizeram uma campanha em prol da igualdade e contra o racismo no futebol. A Seleção Brasileira cobriu as estrelas do casaco e entrou com um cartaz para mostrar que, sem os jogadores negros, o futebol brasileiro não seria pentacampeão mundial.