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Três jornalistas morreram e pelo menos outros três ficaram feridos, nesta terça-feira, em dois ataques realizados pelas forças norte-americanas contra alvos distintos em Bagdá.
No primeiro incidente, um tiro de canhão atingiu o décimo quinto andar do Hotel Palestine, onde estão hospedados muitos dos profissionais da imprensa internacional que cobrem a guerra na capital iraquiana, matando um jornalista da Reuters, outro da espanhola Telecinco e ferindo mais três repórteres e técnicos.
O segundo incidente ocorreu no escritório do canal de televisão árabe Al-Jazeera, que foi atingido por uma bomba. A emissora identificou seu funcionário morto no ataque como o cinegrafista Tariq Ayyoub.
O Comando Central dos Estados Unidos negou veementemente que o ataque ao escritório de Al-Jazeera tivesse sido deliberado, acrescentando que estava investigando os dois casos.
No caso do hotel, as autoridades militares disseram que suas forças em Bagdá reagiram a franco-atiradores que estavam disparando do prédio.
No entanto, as autoridades norte-americanas não informaram que armas os soldados da coalizão usaram em sua reação ao suposto ataque.
Além disso, jornalistas que estavam no hotel garantiram que não ouviram, em momento algum, disparos feitos de dentro do hotel.
Um vídeo gravado pela emissora de televisão France 3 mostra claramente o momento em que o canhão de um tanque norte-americano, posicionado na margem ocidental do rio Tigre, gira em direção ao Hotel Palestina, situado a 300 metros, aponta cuidadosamente e dispara.
O obus atingiu a fachada do prédio e fez saltar pelos ares a varanda de onde os jornalistas acompanhavam a batalha do outro lado do Tigre.
"Estou chocado com a brutalidade do ataque. É necessário atacar um prédio no qual há jornalistas, ainda que houvesse um franco-atirador?", reagiu Thomas Alcoverro, com 35 anos de experiência na profissão e enviado especial do jornal espanhol La Vanguardia.
"E se realmente houvesse um franco-atirador, os norte-americanos americanos deveriam ter apontado contra ele", protestou Lilli Gruber, enviada especial da emissora italiana RAI UNO. "Está claro que não apontavam contra ninguém em particular porque o obus atingiu a varanda".
A Reuters identificou seu funcionário morto como Taras Protsyuk, que tinha 35 anos e era de nacionalidade ucraniana.
Já a Telecinco informou que seu cinegrafista José Cousos morreu em um hospital, onde estava sendo submetido a uma cirurgia depois ser ferido no ataque.
Os outros feridos no hotel foram a libanesa Samia Nakhoul, chefe do escritório regional da Reuters no Golfo Pérsico, o fotógrafo iraquiano Faleh Kheiber e o coordenador de satélite Paul Pasquale, britânico.
Al-Jazeera
Já a rede Al-Jazeera acusou a aviação norte-americana de bombardear o prédio, que abrigava também outros jornalistas árabes na capital iraquiana.
Imagens transmitidas por emissoras árabes mostraram o corpo de Ayoub sendo enrolado em lençóis e levado em um carro da TV Abu Dabi.
Em transmissão ao vivo, um correspondente de Al-Jazeera disse ter sentido, assim como seus colegas, que o ataque norte-americano foi deliberado, acrescentando que o bombardeio ocorreu quase simultaneamente a uma investida contra os escritórios da TV Abu Dabi.
Autoridades do Pentágono rejeitaram veementemente as alegações, afirmando que as forças militares dos Estados Unidos não visaram as emissoras árabes.
Com informações da France Presse
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