Serviços na Web, entregues junto com software empacotado, serão um complemento e não substitutos da atual indústria de programas para computadores, afirmou o chefe de tecnologia da Microsoft.
O arquiteto-chefe de software da gigante norte-americana, Ray Ozzie, afirmou a investidores e jornalistas que participaram de reunião anual na sede da companhia que a empresa está buscando converter suas atuais linhas de produtos em serviços entregues pela Internet.
"A oportunidade geral para serviços acrescenta muito, aumentando as possibilidades de receitas do atual modelo de licenciamento de software bem como de nosso modelo de serviços", disse Ozzie.
A estratégia da Microsoft é conectar uma ampla gama de aparelhos em várias redes para permitir que consumidores aproveitem a mesma informação e entretenimento não somente em seus computadores, mas também em celulares, televisores e sistemas de videogames.
No mês passado, Ozzie assumiu o principal posto técnico da Microsoft, substituindo o co-fundador da companhia Bill Gates e iniciando uma importante transição da empresa de 44 bilhões de dólares dos computadores para outros dispositivos eletrônicos.
Gates continua presidente do conselho da empresa, mas Ozzie é o visionário que traz no currículo o desenvolvimento do sistema de email para empresas Lotus Notes e respeito entre rivais da indústria de tecnologia.
Ozzie assumiu a questão que puristas do setor costumam definir como a substituição completa dos tradicionais softwares instalados em computadores por serviços baseados na Web.
O mantra "software como serviço" é pregado por competidores da Microsoft nos mercados voltados para empresas e usuários finais como Salesforce.com, Google e milhares de companhias iniciantes focadas em segmentos de nicho.
Mas, em vez disso, Ozzie e outros executivos da Microsoft vêem um modelo de negócios emergente na indústria de "software mais serviços".
O Windows Live, nova plataforma de serviços de Internet da Microsoft, vai agir como centro de produtos disponibilizados na Web pela empresa que contém programas empresariais e para usuários finais, disse Ozzie.
"Nossos esforços ''Live'' terão um efeito colateral natural de aumentar o uso de software genuíno", disse o executivo referindo-se a como as funções de segurança e personalização inseridas no Windows Live funcionarão como um ponto de passagem para os atuais produtos da Microsoft.
Rivais importantes como IBM, Oracle e SAP estão correndo com a Microsoft para permitirem que seus softwares possam ser entregues por redes em vez de como produtos que precisam ser instalados.
"Uma mudança fundamental em direção a serviços é necessária em todas as companhias de tecnologia agora", afirmou Ozzie.
A IBM, maior companhia de tecnologia do mundo, tem sido talvez a empresa mais agressiva nessa transformação, reduzindo seu foco de produzir seu próprio hardware e software ao ponto de que agora depende de serviços para obter a maior parte de sua receita.
Ozzie evitou dizer quanta receita por usuário pode ser gerada pelos novos serviços na Web ou como esse faturamento pode ser comparado com a receita produzida com a venda do pacote de programas Office e com o Windows, responsáveis pelo grosso da receita da gigante do software.
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