O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse neste sábado que o desempenho das suas atuais funções na Presidência da República e de candidato à reeleição são quase inseparáveis. O comentário foi feito durante o lançamento de sua candidatura no Rio Grande do Sul.
"Ser presidente da República e ser candidato é uma coisa meio complicada, porque nunca sei quando sou candidato e quando sou presidente. Estou aqui agora como candidato, mas se acontecer alguma coisa, eu largo o microfone e fico presidente outra vez", disse Lula durante comício realizado em São Leopoldo, região metropolitana de Porto Alegre.
A declaração foi uma resposta às críticas que apontaram objetivos eleitoreiros no anúncio de medidas feito pela ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), na sexta-feira, véspera da primeira viagem de Lula como candidato ao Rio Grande do Sul.
O governo federal ampliou a linha de financiamento destinada aos setores coureiro-calçadista, moveleiro e de implementos agrícolas de 400 milhões de reais para 1 bilhão de reais.
Segundo o presidente Lula, a medida já vinha sendo acertada como forma de compensar as perdas de setores exportadores. Ele disse que pretendia fazer o anúncio pessoalmente durante o sábado, mas avaliou que "não seria prudente" e, por isso, teria optado em repassar a tarefa para a ministra Dilma.
Em seu discurso a uma platéia repleta de sindicalistas, Lula disse que não pretende paralisar o governo em função das eleições, mesmo que continue sendo criticado pelos adversários.
"Eleição é importante, mas não pode atrapalhar o processo administrativo do país", afirmou. "Vou continuar fazendo o que precisa ser feito. Não posso permitir que, por conta da eleição, não façamos mais nada", acrescentou.
Lula prometeu comportar-se para fazer uma campanha à altura de um presidente, mas pediu que seus companheiros de partido "não levem desaforo para casa" e respondam às acusações feitas contra o governo.
"Não permitam que alguns fiquem vestidos de arautos da ética tentando jogar a culpa em cima de nós. Quando algum companheiro erra, nós punimos. Não conheço nenhum que fala mal de nós que seja melhor", disse Lula.
|