A campanha de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência, em 2002, teria recebido pelo menos US$ 3 milhões de Fidel Castro, presidente de Cuba. Acondicionado em caixas de uísque, o dinheiro chegou ao comitê do agora presidente numa complexa operação. A informação está na edição desta semana da revista Veja. Segundo a revista, Rogério Buratti e Vladimir Poleto (ex-assessores do ministro da Fazendo, Antonio Palocci, quando este era prefeito de Ribeirão Preto) testemunharam transporte de dinheiro. A rota começava em Brasília, passava por Campinas e terminava em São Paulo, na sede do comitê eleitoral de Lula. O ministro afirmou que os relatos dos ex-colaboradores são "fantasiosos".
A legislação eleitoral brasileira veta o ingresso de recursos externos no caixa das campanhas políticas. A irregularidade é passível de impugnação do exercício do cargo.
A denúncia contribui para elevar a temperatura política em Brasília, numa semana em que a oposição voltou a falar em pedir o impeachment do presidente Lula.
A ligação do dinheiro com Cuba (país governado por Fidel Castro desde 1959), segundo os antigos assessores do ministro da Fazenda, teria sido revelada por Ralf Barquete, outro homem de confiança de Palocci. "Ele me perguntou certa vez sobre como trazer US$ 3 milhões de Cuba", disse Buratti a Veja. Barquete morreu em junho de 2004, de câncer.
|