Lula fala de reeleição e investigações perdem fôlego

 

Politica - 05/10/2005 - 00:45:23

 

Lula fala de reeleição e investigações perdem fôlego

 

Da Redação com EFE

Foto(s): Divulgação / Arquivo

 

As investigações no Congresso sobre as denúncias de corrupção começam a se esgotar, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recupera o fôlego, a ponto de já falar em público sobre sua possível reeleição em 2006. De acordo com o presidente do PT, Tarso Genro, Lula deu um indício de que será candidato no ano que vem, e o partido começará a trabalhar para que ele seja reeleito.Ele se referiu a comentários feitos por Lula ontem durante a inauguração de um congresso no auditório do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC paulista, onde começou sua vida política. Lula destacou as dificuldades das CPIs no Congresso para encontrar provas sobre as graves denúncias de corrupção contra seu Governo e o PT. Mas o presidente também falou abertamente sobre sua possível reeleição no pleito de 1º de outubro do ano que vem. "Não estou discutindo reeleição. Essa coisa a gente não quer, a gente constrói", disse Lula, no que tanto o presidente do PT quanto muitos sindicalistas pareceram entender como uma mensagem cifrada. "Os sindicatos são independentes, mas não se envergonham em dizer que apoiarão Lula como candidato à reeleição", disse o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), João Antônio Felício. Depois, Lula visitou a comunidade de Heliópolis e insistiu sutilmente no assunto ao falar sobre as obras de seu Governo na área da cultura para os mais pobres. "Não podemos corrigir os erros dos últimos 500 anos em quatro de governo", declarou o presidente. Até o surgimento dos escândalos de corrupção, as pesquisas apontavam um favoritismo de Lula nas eleições de 2006. No entanto, nos últimos três meses, a popularidade de Lula caiu para 45%, com uma perda de entre 10 e 15 pontos percentuais. As declarações de Lula foram mal recebidas na oposição, tanto em relação à investigação de corrupção quanto no que diz respeito à reeleição. "O presidente parece viver em outro mundo", declarou o deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR). Fruet disse não entender como Lula acredita que não existem provas dos escândalos, já que a direção do PT caiu por causa da corrupção, 50 funcionários foram destituídos, o gabinete do presidente foi reorganizado e ele aceitou a renúncia de José Dirceu, ex-ministro chefe da Casa Civil. De acordo com o deputado, o presidente tenta criar um "clima eleitoral" a fim de distrair a atenção sobre os graves escândalos. No entanto, nas últimas semanas, as comissões parlamentares que investigam as denúncias envolvendo o PT e o Governo parecem ter estagnado e geraram poucas novidades. O deputado José Carlos Aleluia (PFL-BA), afirmou hoje que isso pode ser resultado de uma decisão do próprio Governo, insinuando que "opera por trás dos bastidores" para colocar obstáculos ao avanço. De acordo com ele, a sociedade precisa estar alerta diante das ações e gestos de Lula, que por um lado pede pressa nas investigações e, por outro, ordena que seus representantes no Congresso freiem o processo. Apesar da lentidão com que a investigação avança agora, há novos indícios contra o PT que passam pelo dinheiro utilizado na campanha que levou Lula ao poder. Segundo o deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP), membro de uma das CPIs, existem novos documentos que reforçam a idéia de que parte do dinheiro vinha do exterior e tinha uma "origem duvidosa", que "deverá ser determinada".

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