Em depoimento à sub-relatoria de Movimentações Financeiras da CPI dos Correios nesta terça-feira, o procurador da Fazenda Nacional Glênio Guedes negou ter se beneficiado de seu relacionamento com o empresário Marcos Valério de Souza, acusado de ser operador do suposto esquema "mensalão". Relatório enviado pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) aos parlamentares aponta que Glênio recebeu 902 mil reais do empresário.
Segundo o procurador declarou aos parlamentares, Marcos Valério teria pago despesas de viagem feitas por ele naquele ano. Os recursos, segundo afirmou Glênio, foram totalmente ressarcidos ao empresário.
A quitação do débito teria ocorrido por meio de duas transações. Uma com a compensação de honorário advocatício de seu pai, Ramón Guedes, que teria prestado serviços à empresa Tolentino e Melo Associados, da qual Valério é sócio. A outra parte, teria sido paga em espécie no departamento financeiro da SMPB Comunicação.
Para o deputado Silvio Torres (PSDB-SP), a explicação de Glênio sobre seu envolvimento com Valério não convence. A mesma posição foi adotada pelo sub-relator, deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR).
"É difícil acreditar que pagamentos foram feitos ao escritório do pai (de Glênio) por serviços prestados a Tolentino", disse.
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