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O empresário Sebastião Augusto Buani, que denunciou o esquema do "mensalinho" na Câmara dos Deputados e provocou a renúncia do ex-presidente da Casa Severino Cavalcanti, filiou-se nesta sexta-feira ao PTB. O empresário quer disputar uma vaga de deputado federal nas eleições de 2006. Admirador do deputado Roberto Jefferson, ele admitiu que este não foi o motivo para a sua filiação. "O PTB agora não é mais só o partido do 'mensalão'. É também o partido do 'mensalinho'", brincou. Sebastião Buani revelou que analisou propostas de cinco partidos, entre eles, o PMDB. "Sofri um assédio muito grande", afirmou. Segundo Buani, a filiação ao PTB é um retorno, já que ele integrou a Executiva Nacional em Brasília no ano de 2004. "Decidi voltar porque me identifico com o partido". Ele contou que sempre foi muito bem recebido na legenda e, na época, foi convidado pelo seu amigo Roberto Fraga, então presidente o PTB em Brasília, para integrar a executiva.
O empresário revelou que considera Roberto Jefferson um homem corajoso. "Para denunciar sem documentos, ao contrário do que fiz, ele tem que ter coragem", frisou. Sebastião Buani acredita que os processos de cassação dos 16 deputados acusados do "mensalão" serão levados em frente pela Câmara. Segundo ele, a disputa entre os deputados Aldo Rebelo (PC do B-SP) e José Thomaz Nonô (PFL-AL) mostrou que há muitos deputados na Câmara querendo que os processos continuem. "O Aldo Rebelo viu que para ganhar, mesmo com o governo liberando verbas, foi difícil", afirmou.
Quanto à decisão de concorrer em 2006, Buani disse que, para ele, voltar para a Câmara como deputado seria uma satisfação muito grande. "Não posso esconder de ninguém que voltaria de alma lavada". Se for eleito, Buani revelou que será um político fiel aos seus eleitores. "Se o líder do meu partido defender algo que eu não acho justo, não vou dizer amém", afirmou. Buani diz que sua bandeira como deputado será a de defender a transparência, "mesmo que o presidente venha a oferecer emendas e verbas à Câmara".
A sua mulher, Diana, também se filiou ao partido a pedido de Buani, mas ainda não sabe se pretende concorrer. "Diana não entende nada de política", revelou o empresário. Ele pediu para mulher aderir ao partido, pois não queria que ela se filiasse ao PFL, que vinha fazendo propostas a ela. "Foi um partido que me criticou muito sem esperar pela apuração dos fatos", justificou.
Para o empresário, a renúncia de Severino foi uma conseqüência das provas apresentadas por ele, como o cheque de R$ 7,5 mil que foi usada para o pagamento de parte do "mensalinho". "Se eu não tivesse o cheque nas minhas mãos, não sei o que aconteceria. Ninguém acreditaria que eu estava falando a verdade", comentou. Buani afirmou que muitos parlamentares o ameaçaram quando ele denunciou Severino.
Buani disse que, apesar da possível candidatura, não pensa em deixar o ramo de restaurantes. "Eu tenho cinco restaurantes para tocar", lembrou. "Só trocaria a minha profissão pela política se eu tivesse muita certeza que seria eleito", afirmou Buani.
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