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O presidente do PT, Tarso Genro, afirmou nesta terça-feira ser "impossível" a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva caso o pleito ocorresse hoje, por conta do desgaste sofrido com a atual crise política. Tarso disse ainda que, na hipótese de Lula desistir de concorrer no pleito de 2006, não apoiaria a candidatura do atual ministro da Fazenda, Antonio Palocci. As declarações do petista se deram no mesmo dia em que o Ibope divulgou pesquisa na qual Lula seria derrotado pelo prefeito de São Paulo, José Serra, no segundo turno. Tarso Genro fez a avaliação durante sabatina realizada pelo jornal Folha de S.Paulo. Ele, que tenta conduzir a transição interna do partido, cuja antiga cúpula caiu após o surgimento de denúncias de caixa dois e "mensalão", declarou que hoje não haveria motivos para defender o voto no PT perante os eleitores.
Quanto à possibilidade de o presidente da República dar lugar a outro candidato do PT no próximo ano, Tarso citou os nomes do líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), e o prefeito de Aracaju, Marcelo Deda, como boas alternativas. Além de descartar o nome de Palocci, Genro excluiu o seu próprio e o de seu adversário político no partido, o ex-ministro e deputado José Dirceu (PT-SP), acusado de comandar a captação de recursos para o PT sem declará-los à Justiça Eleitoral.
O presidente do PT justificou a resistência ao nome de Palocci como eventual candidato da sigla à Presidência fazendo críticas à atual política econômica. Para Tarso, o modelo de desenvolvimento hoje praticado pelo governo não deve considerar o equilíbrio fiscal "um fim em si mesmo" e tem de se voltar a ações mais efetivas em prol da distribuição de renda.
Genro também aproveitou a oportunidade para fazer a defesa de Lula, repetindo que o presidente não sabia do esquema de caixa dois operado pelo ex-tesoureiro Delúbio Soares. Porém indiretamente atacou Dirceu, afirmando que o chefe de Estado concedeu "delegação exagerada" de poder ao ex-chefe da Casa Civil. Foi mais longe, dizendo que José Dirceu tem "responsabilidade política" na crise. Tarso também disse esperar que Lula faça novo pronunciamento à Nação para tratar das denúncias que atingem membros do governo e do PT.
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