Batido por Dirceu, Tarso pode retirar candidatura

 

Politica - 24/08/2005 - 08:31:06

 

Batido por Dirceu, Tarso pode retirar candidatura

 

Da Redação com agências

Foto(s): Divulgação / Arquivo

 

O presidente interino do PT, Tarso Genro, analisa a possibilidade de anunciar nesta quarta-feira sua desistência de concorrer ao cargo nas eleições internas do partido, marcadas para 18 de setembro. Cabeça da chapa do Campo Majoritário, Tarso aparentemente perdeu a queda de braço com o ex-ministro e deputado José Dirceu, integrante da mesma tendência. Envolvido nas denúncias de mensalão e caixa dois que atingiram o PT, Dirceu anunciou nesta terça-feria que não irá abandonar a disputa eleitoral, contrariando ultimato de Tarso - que condicionou sua candidatura ao afastamento do ex-chefe da Casa Civil do pleito. Abalado pela firmeza do adversário político, Tarso não cumpriu a promessa inicialmente. Pediu tempo para avaliar a situação.De acordo com o jornal O Globo, Dirceu se reuniu com Tarso, o ministro de Relações Institucionais, Jaques Wagner, e o líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante, para tentar uma saída negociada, sem sucesso. O deputado acirrou os ânimos ao declarar a aliados que não aceitará a "humilhação" de se retirar da chapa e não sairá "pela porta dos fundos". Reolveu sair do silêncio: "Não mereço isso. Querer que eu saia é prejulgamento. Se prevalecer a idéia de que nem o PT me quer, como vou defender meu mandato? Tenho 25 anos de compromisso com o PT", afirmou. Alvo de um processo no Conselho de Ética da Câmara por quebra de decoro parlamentar, José Dirceu avalia que, se aceitasse a demanda de Tarso Genro, elevaria os riscos de uma eventual cassação. Ele está convicto de que Tarso e Lula estão articulando sua saída do PT a fim de evitar maiores desgastes decorrentes da crise política, que a cada dia inclui novas denúncias contra o petista - suspeito de estar por trás das operações de caixa dois e do suposto "mensalão". Dirceu, forte opositor das críticas de Tarso à atual política econômica, afirmou que é Tarso quem tem de se retirar de cena. "Ele (Tarso) defende outra política econômica e de alianças. O Campo Majoritário (grupo de tendências que comanda o PT hoje) vai aceitar isso? O Palocci (ministro da Fazenda) vai aceitar? O Luiz Dulci (secretário-geral da presidência) vai aceitar? Eles também são da chapa", atacou, salientando que, hoje, está mais preocupado em defender seu mandato e não tem tempo para influir nas negociações políticas petistas. Ao dar o "ultimato" a Dirceu, Tarso alega que o afastamento do ex-ministro é fundamental para garantir uma transição interna eficiente no PT, após a queda da antiga cúpula, envolvida nas denúncias. Tarso Genro sabe que José Dirceu e seus aliados ainda mantêm forte influência nos rumos da legenda - e considera o fato prejudicial. Nas conversas internas no Planalto, uma das saídas cogitadas seria o afastamento simultâneo de Tarso e Dirceu, porém a hipótese não vingou. A resistência de Tarso ao colega de sigla, na verdade, avabou por enfraquecê-lo entre petistas que integram o governo - alguns ministros, diz O Globo, afirmaram que Genro "jogou a toalha" e está buscando uma justificativa de abandonar o processo eleitoral. Confirmada a desistência de Tarso, os mais cotados para substituí-lo são o atual secretário-geral, Ricardo Berzoini, e o secretário-geral da Presidência da República, Luiz Dulci.

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