O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) se reuniu hoje pela manhã com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. O senador disse que só revelará o conteúdo, ou parte da conversa que teve com o presidente, à imprensa, numa entrevista coletiva às 15h. Especula-se que um dos assuntos tratados tenha sido a possibilidade de "abafar" a CPI dos Correios.
Em uma das estratégias, o Governo conta com declaração de Renan, ontem à tarde, segundo a qual "o plenário da Câmara é soberano" e pode enterrar a CPI, se aprovar requerimento alegando inconstitucionalidade no pedido da oposição "por falta de fator determinado', conforme prevê a Constituição Federal. De acordo com o presidente do Senado, sendo aprovada a inconstitucionalidade da CPI, "existe um cenário em que a decisão depende só de uma Casa".
Se o requerimento fosse levado para ser votado, também, no plenário do Senado, teria menos chance de ser aprovado porque o Governo tem sido derrotado, na maioria das votações sem acordo.
Hoje o líder do PMDB, o senador Ney Suassuna (PB), referendou a tese de Renan. Suassuna assegurou que "para assuntos de inconstitucionalidade a Câmara tem a primazia (sobre o Senado) e se (o requerimento) for considerado inconstitucional, morre na Câmara e não vai ao Senado", garantiu. Suassuna disse que "enquanto a oposição está com a orquestra muito bem regida, nós (os governistas) estamos com uma charanga sem maestro", brincou.
À tarde, o Senado presta homenagem a Fafá de Belém, por sua participação na campanha das Diretas Já (1984), que entoou em diversos discursos a canção "Coração de Estudante", de Milton Nascimento. A música virou hino no velório de Tancredo Neves (1910-1985).
Outra canção, da mesma forma famosa, na voz de Fafá de Belém, foi "Menestrel das Alagoas". A música, composição de Milton Nascimento em parceria com Fernando Brandt, é uma homenagem ao senador alagoano, Teotônio Vilela (1917-1983). "Quem esse viajante/Quem esse menestrel/Que espalha esperança/E transforma sal em mel?".
Antes de um coquetel, na casa de Renan, Fafá de Belém será saudada em plenário, pelos senadores José Sarney - que acabou assumindo o governo com a morte de Tancredo Neves, em 1985, e Teotônio Vilela Filho (PSDB-AL), filho do menestrel alagoano.
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