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Santo André vive um de seu momentos mais tristes, em termos de administração pública. Na semana que passou, os senadores ligados ao governo federal conseguiram barrar a instauração de uma CPI que investigaria denúncias sobre suposto esquema de propina na Prefeitura de Santo André e sua provável ligação com o assassinato do prefeito Celso Daniel, ocorrido em janeiro de 2002.
Os senadores alegam que a oposição só quer fazer “barulho” durante este ano, que é de eleições municipais. Particularmente, não acredito que os parlamentares da Câmara Alta que votaram contra a instauração da CPI, estejam conscientes do erro político que cometeram.
É certo que as denúncias atingem uma cidade administrada pelo partido do governo federal, mas também é certo que este município é um dos maiores do país e tem uma população de quase 650 mil habitantes que merece saber se o dinheiro com o qual paga seus tributos (e olha que não é pouco, ISS, IPTU, IPVA entre outros) está sendo destinado corretamente para as áreas sociais em benefício dos andreenses ou se está indo para grupos de espertalhões que se infiltraram na administração municipal para se enriquecerem ilicitamente.
O que se estranha ainda mais no posicionamento dos liderados de Aloísio Mercadante (PT) e Renan Calheiros (PMDB) no Senado, é que as investigações poderiam revelar fatos e detalhes do assassinato brutal do maior líder do PT em Santo André, o prefeito Celso Daniel. Oras, se os próprios companheiros de partido que sempre defenderam a criação de CPIs até o governo anterior, não querem investigar a morte do amigo. O que se pressume, é que tem algo de errado nisso e estão com medo da verdade vir à tona.
Uma Comissão Parlamentar de Inquérito é uma forma política de esclarecer fatos que estão sob suspeitas e todo ato esclarecedor é válido. Por isso, acredito que os senadores contrários à CPI fizerem um desserviço à população brasileira, em especial, de Santo André que não terá acesso ao que realmente aconteceu na administração do PT durante o governo Celso Daniel e também sobre sua morte.
Cabe a nós, representantes da sociedade civil, cobramos das autoridades competentes um posicionamento mais firme para que as denuncias não fiquem em vão e sejam sucumbidas às forças de interesses maiores daqueles que defendem as investigações desde que não sejam contra eles.
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