Neste domingo, 23 de novembro de 2025, ocorre a 1ª fase do vestibular Fuvest 2026, com 111.480 inscritos disputando 8.147 vagas na Universidade de São Paulo. A prova de cinco horas cobra 90 questões objetivas de múltipla escolha, abordando disciplinas da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) reorganizadas por áreas de conhecimento, reforçando a interdisciplinaridade e a articulação entre conteúdos clássicos e novos temas do ensino médio brasileiro.
Desde a sua institucionalização, a Fuvest tem papel central na seleção para a USP, símbolo da educação pública federal de qualidade. Para 2026, o exame adapta seu programa para alinhar-se à BNCC, exigindo dos candidatos competências que extrapolam a memorização de conteúdos, visando mobilizar leitura crítica, interpretação de gráficos e conexão entre fatos e contextos socioeconômicos. A prova mantém sua aplicação em tarde única, com alto grau de seletividade, especialmente em cursos como Medicina, Direito, Comunicação e Relações Internacionais, onde a concorrência passa de 30 candidatos por vaga e chega a mais de 90 em Medicina.
As mudanças no vestibular refletem o esforço de implementação das diretrizes federais que unificam o currículo do ensino médio, inserindo com mais peso matérias como Filosofia, Sociologia, Artes e Educação Física. Essa alteração é um indicador do ritmo da política educacional, expondo as dificuldades das redes estaduais e privadas na adaptação a esse novo modelo que privilegia a interdisciplinaridade e competências mais amplas. Cursinhos e materiais preparatórios também enfrentam o desafio de reestruturar seus conteúdos para atender a esse novo perfil de exame.
A Fuvest 2026 é um termômetro que revela as desigualdades entre redes públicas e privadas, já evidentes na taxa de aprovação dos estudantes. A competição intensa destaca a importância das políticas de inclusão, cotas e bônus, ao mesmo tempo em que desencadeia debates sobre a adequação do vestibular em representar um sistema educacional tão desigual. Criticas à comunicação e à velocidade das mudanças foram rebatidas pela Fuvest, que defende sua adaptação à legislação vigente, sem substituir políticas públicas de ensino.
Ao integrar os princípios da BNCC num processo seletivo tradicional, a Fuvest 2026 modela uma nova etapa para o ensino médio brasileiro, pressionando as redes e os alunos a elevarem seu patamar de preparação. O comportamento dos candidatos e as respostas das escolas na aplicação desse novo modelo serão decisivos para a consolidação das políticas educacionais do país nos anos seguintes, refletindo o desafio de equilibrar qualidade, equidade e inovação na educação nacional.
(*) Com informações das fontes: Fuvest, USP, G1, CNN Brasil, Estratégia Vestibulares, Quero Bolsa, Jornal da USP, Aprova Total.