O ex-prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho, que foi conduzido à presidência do PT-SP, foi denunciado pelo Ministério Público Federal sob acusação de dispensa ilegal de licitação e peculato envolvendo as obras do Museu do Trabalho e do Trabalhador, também conhecido como "Museu do Lula".
Em dezembro do ano passado, uma investigação conduzida pela Polícia Federal com a Controladoria-Geral da União e o Ministério Público apurou o desvio de ao menos R$ 7,9 milhões do dinheiro que seria destinado à construção do Museu do Trabalho e do Trabalhador.
Parte dos recursos pertenciam à União, ao Fundo Nacional de Cultura e à Prefeitura de São Bernardo do Campo (Grande São Paulo). Segundo anunciou a PF em entrevista coletiva, o esquema envolvia pagamentos em duplicidade e superfaturamento.
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Oito pessoas foram presas então, entras elas o secretário de Obras, Alfredo Luiz Buzzo, o sub-secretário de Obras, Sérgio Suster, e o secretário da Cultura, Osvaldo de Oliveira Neto, alvos de mandados de prisão temporária expedidos .
A 3ª Vara Federal de São Bernardo do Campo expediu ainda oito mandados de condução coercitiva e 16 de busca e apreensão para serem cumpridos em São Paulo, Santos, São Bernardo do Campo e Barueri, além de outros que correm no Rio de Janeiro e no Distrito Federal.
A PF apurou desvio de recursos obtidos por meio de convênios do Ministério da Cultura com a prefeitura e via Lei Rouanet. De acordo com os investigadores, há indícios de superfaturamento, subcontratação ilegal de empresas sem licitação e projetos duplicados de captação de recursos.
Concebido como um marco da gestão do prefeito Luiz Marinho, PT, o museu foi planejado para contar a história do trabalho e das greves do ABC paulista, que lançaram o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na política, mas que foi condenado hoje, 12, a 9 anos e meio por corrupção passiva em processo da Lava Jato que envolve a construtora OAS com relação ao "Triplex" do Guarujá.
A obra do Museu, iniciada em 2012 e prevista para durar nove meses, recebeu mais de R$ 14 milhões de investimento do Ministério da Cultura, mas não havia sido concluída até o início da Operação Hefesta.
O MPF afirma que identificou fraudes e o desvio de mais de R$ 11 milhões até o momento nas obras do museu, que foram realizadas na gestão de Marinho.