Cerca de 4,3 mil funcionários da Ford em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, entraram em greve por tempo indeterminado na quinta-feira, 10, por causa de demissões, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.
A entidade que representa os trabalhadores afirmou que cerca de 200 colaboradores receberam comunicados de dispensa na véspera, mas o número total ainda é incerto. Representantes da Ford não foram encontrados pela reportagem para comentarem o caso.
Desde maio, 160 trabalhadores do local estão de lay-off (suspensão dos contratos). Além disso, outros 59 estão afastados atualmente em banco de horas, informou o sindicato.
Com a greve, a produção será afetada pouco antes de uma paralisação já programada pela Ford entre os dias 18 de setembro e 2 de outubro para a linha de caminhões, e de 21 a 25 de setembro para a linha de carros, que monta o Fiesta.
Negociações
Recentemente, uma montadora com sede na cidade voltou atrás na decisão de fazer mais demissões. A Mercerdes-Benz cancelou 1.500 cortes na fábrica de São Bernardo do Campo, onde produz caminhões e ônibus.
A marca alemã foi a primeira montadora a optar pelo Plano de Proteção ao Emprego (PPE), do governo federal, que permite a redução de salários e da jornada de trabalho por até 1 ano, desde que a empresa comprove dificuldades financeiras e haja concordância dos funcionários.