Para o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, uma eventual recriação da Contribuição Provisória sobre a Movimentação Financeira não passa na Câmara. Apelidada de imposto do cheque, a CPMF existiu de 1997 a 2007. A imprensa noticiou que o governo estuda a volta do tributo devido à queda na arrecadação e que negocia, inclusive, a partilha da receita entre estados e municípios, o que poderia ganhar o apoio de governadores e prefeitos.
Eduardo Cunha avalia, no entanto, que há "muito pouca chance" de aprovar a matéria. Segundo ele, esse é um tema negativo para o governo e o desgaste seria inevitável. Cunha lembra que o governo já tentou recriar a CPMF e não conseguiu:
"Não conseguiu ter votos num momento que o governo tinha uma base muito forte e a economia estava melhor que hoje. Acho pouco provável querer resolver o problema de caixa achando que pode cobrar mais da sociedade em impostos. A solução é a retomada da confiança para retomada da economia. Não aumentar a carga tributária do contribuinte. Eu, pessoalmente, sou contrário a recriação da CPMF nesse momento e acho pouco provável que tenha apoio na Casa. Mas se vier, a proposta do governo será colocada para tramitar normalmente, como qualquer proposta."
Eduardo Cunha considera que o possível apoio dos governadores e prefeitos à recriação da CPMF não vai influenciar a posição dos deputados e citou o debate do pacto federativo promovido desde o início do ano pela Câmara para melhorar a distribuição de recursos entre os entes federados.