Com pouco mais de dois meses no ar, Em Família já é considerada um caso perdido na Globo. A novela teve média de 29 pontos no Ibope nos primeiros 50 capítulos. A antecessora, Amor à Vida, registrou 34 pontos no mesmo período. Há uma semana a audiência da trama de Manoel Carlos está abaixo dessa média inicial: marcou 27.4 na quarta (dia 2), 29.5 na quinta (3), 29.7 na sexta (4), 24.6 no sábado (5), 29.2 na segunda (7) e 27.9 na terça (8).
Para se ter melhor noção do drama: na última terça-feira, dia 8, a diferença entre a novela das 18h, Meu Pedacinho de Chão, e a trama das 21h, que é o principal produto comercial da emissora, foi de apenas 9 pontos. Em situação habitual a distância entre as duas produções seria de, no mínimo, 15 pontos.
Além de audiência insatisfatória, o folhetim bossa nova apresenta outros problemas: atraso nas gravações, clima gélido entre alguns atores e repercussão insignificante no boca a boca do público, na imprensa e nas redes sociais. O telespectador de novelas, geralmente tão passional, parece anestesiado no caso de Em Família.
O costume de acompanhar a novela postando comentários nas redes sociais — especialmente no Twitter e no Facebook — virou mania com Avenida Brasil, e prosseguiu durante a exibição de Salve Jorge e Amor à Vida. Porém, com Em Família, nem os críticos de plantão parecem estimulados a esmiuçar a trama protagonizada por Helena (Julia Lemmertz).
Apesar do momento delicado em seu horário nobre, a Globo não pretende interferir no rumo da novela. "Nenhuma atitude radicial será tomada. A emissora respeita muito o Maneco (Manoel Carlos), jamais iria pressioná-lo para forçar um crescimento de audiência. E nem daria para antecipar o fim, como saiu na imprensa, em razão da Copa do Mundo", explicou um diretor da emissora. "A novela anterior do Maneco já foi complicada (Viver a Vida, 2009, média geral de 36 pontos no Ibope). Ninguém tinha a ilusão de que a atual seria um sucesso instantâneo".
A emissora aposta todas as fichas na próxima trama, Falso Brilhante, de Aguinaldo Silva. A estreia está prevista para 28 de julho, duas semanas após a final da Copa do Mundo. O autor promete um novelão à moda antiga. O enredo vai girar em torno de José Alfredo de Medeiros, o Comendador, papel de Alexandre Nero. Um homem pobre que fica milionário com a extração de pedras preciosas. O último folhetim de Aguinaldo, Fina Estampa (2011), alcançou média geral de 39 pontos e teve boa aceitação entre os noveleiros.