O ministro Dias Toffoli fez nesta segunda-feira o voto mais curto em todo o julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF). Em cerca de um minuto, limitou-se a dizer que acompanharia, integralmente, a posição adotada pelo revisor da ação, Ricardo Lewandowski, e absolveu todos os 13 réus acusados de formação de quadrilha. "Senhor presidente, vou limitar-me a acompanhar a divergência inaugurada pelo revisor e absolver todos os listados neste capítulo", disse o ministro.
Assim como Lewandowiski, o ministro absolveu os réus José Dirceu, Delúbio Soares, José Genoino, Marcos Valério, Cristiano Paz, Ramon Hollerbach, Rogério Tolentino, Simone Vaconcellos, Geiza Dias, José RobertoSalgado, Kátia Rabello, Vinicius Samarane e Ayanna Tenório.
Em seu voto, na quinta-feira passada, o revisor afirmou que houve "excesso de imputação" pelo Ministério Público Federal (MPF). Ao elogiar os advogados de defesa, que utilizaram os argumento de excessos do MP aos réus, Lewandowiski criticou o órgão. "Nós que trabalhamos na área penal, verificamos que o MP apresenta denúncia em que crimes são praticados por mais de quatro agentes, já imputando a formação de quadrilha. O fato é que essa é realidade que constatamos, mas nós juízes precisamos separar o joio do trigo", disse.
A quadrilha é a primeira parte da denúncia do MPF, que imputa ao ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu a condição de líder do grupo criminoso acusado de comprar apoio político no Congresso Nacional, no primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva na presidência da República. Antes do revisor, o relator, Joaquim Barbosa, votou pela condenação de todos os réus.
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