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A professora que levou um tiro do aluno de 10 anos na escola de São Caetano do Sul deverá ser ouvida pela polícia na próxima semana. David Mota Nogueira atirou na docente Rosileide Queiros de Oliveira, 38 anos, e em seguida se matou com um tiro na cabeça.
A tragédia ocorreu na quinta-feira na Escola Municipal Professora Alcina Dantas Feijão, em São Caetano do Sul, no ABC paulista.O disparo na professora ocorreu dentro da sala de aula onde estavam outras 25 crianças, que também serão ouvidas, mas não em delegacias.
O revólver calibre 38 é do pai do menino, o guarda municipal Milton Evangelista Nogueira, que foi atrás dos filhos assim que sentiu falta da arma. O mais velho de 14 anos negou que tivesse pego o revólver e o menor de 10 anos também disse que não estava com ela; o pai então foi embora.
O corpo do estudante David Mota Nogueira foi enterrado nesta sexta-feira no Cemitério das Lágrimas, em São Caetano do Sul. A cerimônia foi acompanha por cerca de 200 pessoas, entre elas vários guardas-civis, colegas de trabalho do pai do garoto.
A diretora da Escola Municipal Professora Alcina Dantas Feijão, Márcia Gallo, disse que as aulas só devem ser retomadas na próxima quarta-feira. Ela conta que o aluno nunca havia sido alvo de reclamações de outros estudantes ou de professores:
A coordenadora pedagógica, Meire Bernardete Cunha, eximiu a escola de responsabilidade e também afirmou que o aluno não gerava problemas. No entanto, ela pede que as famílias mantenham uma parceria cada vez maior com a escola.
Na segunda e na terça, os professores e funcionários irão se reunir para planejar como será feita a recepção dos alunos na volta às aulas. Segundo a escola, "a acolhida vai ter que ser muito especial, porque os estudantes estão chocados e preocupados com a situação".
A sala onde aconteceu o crime está fechada e os alunos da turma serão deslocados para outro espaço no mesmo corredor. Guilherme, de 9 anos, amigo de David Mota Nogueira, disse que ele nunca falou em arma. O secretário de Segurança Urbana de São Caetano do Sul, Moacyr Nogueira. contou que só as investigações poderão apontar o motivo da tragédia.
Em entrevista à Jovem Pan, a psicóloga Elizabeth Pimentel explicou que as crianças observam mais do que se pode imaginar. Para a especialista, o caso serve de alerta para as famílias que devem sempre manter o diálogo com as crianças:
O psiquiatra Içami Tiba, destaca que diversos fatores podem ter causado a tragédia. Ele alerta que as crianças presentes na cena da tragédia vão precisar de acompanhamento.
Rosileide Queiros de Oliveira, de 38 anos, passou por cirurgia para a retirada do projétil na região abdominal no Hospital das Clínicas de São Paulo.A professora de português já está no quarto e seu quadro de saúde é estável. Ela está consciente e conversando.
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