Despachante diz que Amaury pediu a ele para ficar calado

 

Politica - 23/10/2010 - 20:15:58

 

Despachante diz que Amaury pediu a ele para ficar calado

 

Da Redação com Agência Estado

Foto(s): Divulgação / Arquivo

 

Especial Eleições 2010

Em depoimento prestado à Polícia Federal no dia 6 de outubro de 2010, publicado nesta sexta-feira (22) pela versão online do jornal O Estado de S.Paulo, o despachante Dirceu Rodrigues Garcia detalhou como se deu a transação entre ele e o jornalista Amaury Ribeiro Jr., apontado como responsável pela quebra de sigilo de dados fiscais de lideranças do PSDB e de familiares do candidato à presidência da República, José Serra.

De acordo com o despachante, Amaury o teria encontrado pessoalmente, na porta da Junta Comercial de São Paulo (Jucesp), próximo ao seu trabalho. Amaury teria pedido "fichas de breve relato" perante a Jucesp, as quais foram entregues ao contratante cerca de dois dias depois, na Barra Funda, em São Paulo.

Depois, Amaury teria entrado em contato com Garcia pelo telefone, pedinfo cópias de declarações de impostos de renda. Dirceu Garcia disse que:

"Amaury entrou em contato por telefone com o declarante, ocasião em que encomendou um outro serviço agora perante a Receita Federal, lhe passando uma lista contendo CNPJs e CPFs para obter do declarante as respectivas cópias de declarações de imposto de renda, fato ocorrido no final de setembro de 2009, cuja as datas exatas não se recorda; QUE o declarante só recebia os números de CNPJs e CPFs sem saber a quem pertenciam esses números".

Como não tinha contatos na Receita Federal, Garcia contou à PF que ligou para Ademir Estevam Cabral e este se comprometeu a retirar as cópias solicitadas. Sobre isso, afirmou Garcia:

"Para atender tal solicitação, contactou a pessoa de ADEMIR ESTEVAM CABRAL no mesmo dia 29, por volta de meio-dia; que conhecia ADEMIR de trabalhos feitos na JUCESP, porque ADEMIR, como o declarante, também faz serviços paralegais; que, recomendou ADEMIR urgência nos pedidos; que, pediu a ADEMIR, porque o declarante não tem contatos na Receita Federal, e ADEMIR havia lhe dito que tinha condições de tirar as cópias solicitadas; que para o serviço acerou o pagamento em torno de trezentos e cinquenta reais (R$ 350,00) para ADEMIR, cobrando de AMAURY cerca de setecentos reias (R$ 700,00) por cada cópia de declaração obtida".

No depoimento, Garcia deu mais detalhes sobre o recebimento dos pagamentos:

"O declarante pagou em dinheiro a ADEMIR, juntou todas as declarações slicitadas por AMAURY, e se dirigiu a um bar, próximo a Av. Ipiranga, na altura da Praça da República, onde se encontrou pessoalmente com AMAURY e lhe entregou o pacote encomendado; que AMAURY lhe pagou em dinheiroe levou as cópias consigo".

Além disso, o despachante afirmou que não sabia a finalidade de Amaury com o pedido e também que não fazia ideia das procurações falsas utilizadas por Ademir para obter os documentos:

"Que, AMAURY não lhe disse para quem era a encomenda e tão pouco o hotel em que iria ficar, ou como iria embora".

O declarante disse ter recebido, há um mês e meio da data que depôs, R$ 5 mil de Amaury para pagar algumas contas, pois estava passando por dificuldades financeiras:

"O declarante falou que estava precisando pagar algumas contas, que não estava entrando muito serviço e estava no aperto; que, na ligação AMAURY falou que iria dar um dinheirinho para o declarante; que foi depositado em sua conta a imortância de cinco mil reais (R$ 5.000,00), feita através de dois depósito de dois mil e quinhentos reais (R$ 2.500,00)".

Ele acrescentou que, quando o assunto das quebras de sigilos fiscais chegou à mídia, Amaury ligou diversas vezes a ele pedindo para que ficasse calado, caso fosse procurado pela Polícia. Afirmou Garcia:

"AMAURY por diversas vezes pediu ao declarante que se fosse procurado para se explicar na Polícia, deveria neste caso ficar calado; QUE esclarece que só aceitou o dinheiro oferecido por AMAURY para ficar calado, porquê está passando dificuldades financeiras".

Em um segundo depoimento, prestado no dia 7 de outubro de 2010, o declarante dá maiores detalhes sobre a quantia de dinheiro que recebeu para fazer o serviço solicitado por Amaury:

"Ao receber o pacote de dinheiro foi ao banheiro contar e havia aproximadamente, e ao que se recorda, em torna de doze mil reais (R$ 12.000,00)".

Links

...Continue Lendo...

...Continue Lendo...

Vídeo