Diante das notícias veiculadas durante toda a semana por jornais e emissoras de rádio de São Paulo, o deputado Orlando Morando (PSB) protocolou o pedido de abertura de CPI para apurar a crise da TV Cultura. “A TV Cultura é um marco, um orgulho para o povo do estado de São Paulo, portanto é fundamental que ela seja preservada e tenha sua saída financeira restabelecida”, declarou o deputado.
A semana abriu com a notícia de que as condições tecnológicas, o sucateamento de equipamentos, demissões de funcionários, reprises constantes e depredação do espaço físico podiam levar ao fim da TV Cultura, emissora pública, detentora de muitos prêmios internacionais e responsável por uma programação infantil de altíssima qualidade.
O deputado participou também da reunião promovida pela Comissão de Cultura, Ciência e Tecnologia da Assembléia Legislativa, onde Morando atua como suplente, com a presidência e diretoria da Fundação Padre Anchieta, que administra a Rádio e TV Cultura. Estiveram presentes à reunião, além dos deputados, os presidentes dos sindicatos Frederico Ghedini, dos jornalistas e Nilton Martins, dos radialistas. Há muito que os dois sindicalistas buscavam uma reunião com a presidência da emissora pública. A intermediação e o acerto de uma data para uma reunião exclusiva entre empresa e os sindicalistas acabaram acontecendo graças a intervenção direta do deputado Orlando Morando que fez várias outras interferências durante a exposição de Jorge Cunha Lima, presidente da Fundação.
Apesar da ampla explanação e de procurar responder as muitas dúvidas dos deputados, um diagnóstico real e claro sobre a crise da TV Cultura não acabou acontecendo. Outra reunião já está previamente agendada entre a Comissão, os sindicatos dos radialistas e dos jornalistas e a presidência da emissora, desta vez na Assembléia Legislativa. Ficou combinado também que nos próximos dias, a TV Cultura vai mandar uma documentação para todos os deputados da Comissão. Nesta documentação está o estatuto da Fundação Padre Anchieta, o nome dos 45 conselheiros, as dotações orçamentárias de 1995 até este ano, folha de pagamento, condições dos equipamentos, investimentos em digitalização dos equipamentos e em novos programas. Segundo Jorge Cunha Lima, a emissora apresenta um déficit de 12 milhões neste ano que poderá ser sanado com as 250 demissões, com o repasse de verbas do governo, mais a verba gerada pela própria emissora, através de publicidade institucional e prestação de serviços.
O deputado Orlando Morando saiu da reunião achando que ainda há muito para ser feito pela TV Cultura. “Estou esperando a documentação e a próxima reunião, por enquanto acredito que a CPI se faz necessária até para apurar uma série de informações desencontradas entre a administração da emissora, os sindicatos e o próprio governo do estado”, finalizou Orlando Morando.
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