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A diretoria da Ford, por sua vez, vinha observando uma migração de vendas do segmento de pesados (acima de 45 toneladas) para os semipesados (abaixo de 45 t). Em 1995 foram vendidos 17 mil pesados e apenas 438 unidades dos semipesados. Sete anos depois, em 2002, as linhas do gráfico de evolução de vendas se cruzaram: as vendas dos semipesa-dos subiram para duas mil unidades e a dos pesados caiu para 11 mil.
Com a confirmação da tendência e observando que a faixa entre 40t e 45t era pouco explorada, a Ford não teve dúvidas: fez um caminhão com 43 toneladas de carga, e pretende com ele ocupar esse espaço que está em franco crescimento.
O Cargo 4331 Max Ton chega com motor Cummins Turbo Aftercooler 8,3 litros de seis cilindros de 303 cavalos de potência e a transmissão Eaton de 13 velocidades. O veículo traz de série ar-condicionado, banco com suspen-são a ar, banco leito e embreagem hidráulica.
A Ford vai mostrar ao cliente que o Cargo 4331 Max Ton é um caminhão com capacidade menor que o extra-pesado, mas que atende plenamente as necessidades de quem tem atualmente um extrapesado. Explica-se: pesquisa feita junto a usuários, mostrou que 72% dos frotistas carregam em média 26 mil kg de carga, embora o seu caminhão tenha capacidade bem maior. O 4331 Max Ton, portanto, seria uma compra mais racional, pois o cliente vai pagar mais barato por um produto melhor dimensionado para as suas atividades.
O preço é outro fator que a Ford conta para ganhar mercado: o Cargo 4331 Max Ton custa R$ 120 mil, um valor bem baixo dos cerca de R$ 200 mil que custam, em média, os pesados.
A Ford está colhendo os resultados de uma ampla reestruturação iniciada em 2001.
Criou o conceito de Atenção ao Cliente, que é uma fase superior ao Atendimento ao Cliente, reestru-turou a rede de revendas, nomeando novos grupos exclusivos para o negócio de caminhões, desenvolveu novos produtos, realinhou os preços das peças de reposição e eliminou custos de operação repassando aos princi-pais fornecedores o atendimento direto ao consumidor (casos da Cummins, que fabrica o motor e a Eaton, que produz as transmissões).
Enquanto o mercado caiu 5,3% no ano passado, a Ford cresceu 12%, desempenho que espera repetir este ano. Nas exportações, a Ford também encerrou 2002 na liderança, com participação de 23%, ficando a Scania em segundo, com 22% e a Mercedes-Benz coem terceiro com 17%.
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