Mesmo se a Câmara concluir na próxima semana a votação do projeto de regulamentação da Emenda 29, que cria a nova CPMF, rebatizada de Contribuição Social para a Saúde (CSS), o Senado só deve submeter a proposta ao plenário depois das eleições de outubro. O líder do governo na Casa, Romero Jucá (PMDB-RR), começou a articular essa posição com os partidos de oposição na busca de um acordo. Ele argumenta que o tema é polêmico e provocará desgaste político em um ano eleitoral.
Além disso, o governo teme uma derrota se colocar logo o projeto em votação. A resistência dos senadores à CSS é clara, e o próprio presidente da Casa, Garibaldi Alves (PMDB-RN), tem se manifestado contra a criação de um novo imposto para financiar a Saúde. Outro motivo do temor de Jucá e dos aliados é que foi o Senado que derrubou a CPMF no fim do ano passado, quando integrantes de partidos governistas votaram contra a prorrogação do chamado Imposto do Cheque.
Os senadores observaram as ações na Câmara, onde cerca de 80 deputados que votaram a favor da CPMF no ano passado não mantiveram a posição agora na votação da CSS. A nova contribuição foi aprovada com o voto de 259 deputados, apenas dois a mais do que o mínimo necessário. Se a matéria passar no Senado, a oposição admite recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF).
