Gritos enlouquecidos de torcedores. Foco principal das lentes de fotógrafos e cinegrafistas. Quem é a atleta que mais mexeu com os brasileiros até agora na disputa dos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro? Jade Barbosa. A jovem ginasta de apenas 16 anos ganhou status de "fenômeno" no esporte nacional após dar sua primeira grande volta por cima na carreira. Depois da decepção de perder uma chance de ouro por errar no último aparelho da competição individual geral, ela brilhou nesta terça-feira ao conquistar o lugar mais alto do pódio no salto sobre o cavalo.
"Eu tinha certeza absoluta que essa menina iria brilhar. A Jade vai estourar, porque ela é muito talentosa, um fenômeno. Temos que pensar que esta foi apenas a segunda competição de grande proporção que ela disputou. O que aconteceu na segunda-feira foi normal, porque ela não estava acostumada com a torcida", disse a presidente da Confederação Brasileira de Ginástica (CBG), Vicélia Florenzano.
"Imagine nove mil pessoas gritando seu nome? A Jade deve ter aberto o ouvido e quando você abre o ouvido para o público é difícil retomar a concentração. Ela ainda vai dar muitas alegrias para o povo brasileiro", completou Vicélia.
Apesar de ter aparecido para o grande público agora, a ginasta já era uma das grandes apostas dos treinadores ucranianos Oleg Ostapenko, Irina Ilyaschenko e Nadia Ostapenko. Aos 14 anos, ganhou destaque nacional por ser a mais jovem ginasta do mundo a executar o salto duplo-twist carpado que consagrou a estrela Daiane dos Santos.
"Esperávamos que ela pudesse ganhar medalhas em qualquer dos aparelhos. Foi muito bom mesmo! Foi muito difícil para ela competir em casa, pois ainda não tem muita experiência", lembrou Irina.
Além de jovem, Jade é muito tímida. Por exemplo, muitas vezes não encontra responder respostas para perguntas dos jornalistas e simplesmente exibe seu sorriso inocente para dizer "não sei". Além disso, chora com facilidade.
"A mãe dela morreu (há cerca de sete anos) e a ginástica a ajudou a não pensar nisso. Ela não tinha muito tempo para se lembrar porque treinava o dia inteiro. Por isso ela chora tanto. Ela sente a falta da mãe", contou o pai da atleta, César.
Agora, o maior desafio dos que cercam Jade é lapidar o talento da jovem ginasta para a disputa dos Jogos Olímpicos de Pequim, que serão disputados em 2008.
|