O PT concluiu ontem o relatório paralelo que deve apresentar na CPI dos Correios, em substituição ao do deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR). O partido se baseou em três pontos: refutar a tese de que o mensalão existiu para comprar votos de aliados; mostrar que o valerioduto teve origem em 1998 na campanha do então governador de Minas Gerais, Eduardo Azeredo (PSDB), à reeleição; e negar que a origem dos recursos do mensalão tenha partido do esquema Visanet-Marcos Valério.
Os tucanos prometem reagir à inclusão do nome de Azeredo como origem do valerioduto. Mas, segundo o jornal O Estado de S. Paulo, também farão de tudo para impedir que a CPI fique sem um relatório, como aconteceu com a CPI do Banestado, que encerrou seu prazo sem conclusão por conta da briga entre governo e oposição.
Pelos cálculos do Planalto, o governo teria uma maioria frágil para rejeitar o relatório de Serraglio. A avaliação, no entanto, é que o governo não dispõe de votos suficientes para aprovar o relatório paralelo do PT. Afinal, parlamentares do PP, do PTB, do PL e do PMDB na comissão não estariam dispostos a aprovar o substitutivo petista, que aproveitará as partes do relatório de Serraglio que propõem a punição de dirigentes e políticos de seus partidos.
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