O presidente da Caixa Econômica Federal (CEF), Jorge Mattoso, pediu demissão na tarde desta segunda-feira. Em depoimento na nesta tarde na Polícia Federal, Mattoso confirmou que entregou o extrato com os dados bancários do caseiro Francenildo dos Santos Costa ao ministro da Fazenda, Antonio Palocci. Palocci pediu afastamento na tarde desta segunda-feira.Mattoso negou responsabilidade pelo vazamento do sigilo do caseiro. Ele disse que tomou conhecimento de movimentação atípica na conta do caseiro e que adotou as providências previstas em lei, remetendo o caso ao Coaf e "à autoridade superior a qual a Caixa encontra-se vinculada". No entanto, Mattoso foi indiciado por violação de sigilo funcional.
"Não fui o responsável pelo vazamento da informação e estou convicto de que nenhum empregado da Caixa deu causa à divulgação indevida, atuando nos estritos limites da legalidade", disse Mattoso na nota.
Dados da conta de Francenildo foram publicados por uma revista semanal, após o caseiro ter afirmado à CPI dos Bingos que Palocci frequentava uma mansão em Brasília, onde supostamente eram realizadas festas com garotas de programa e distribuído dinheiro obtido ilegalmente.
A presidência da Caixa será assumida por Maria Fernanda Ramos Coelho, funcionária da instituição há 22 anos.
Confira a nota na íntegra:
Na condição de Presidente da CAIXA, no pleno e legítimo exercício de minhas funções, tive acesso a informações sobre movimentação atípica em conta de cliente.
Cumprindo meus deveres funcionais e sem que isso de forma alguma representasse quebra indevida de sigilo, determinei, a propósito, a adoção das providências previstas na Lei n.º 9613/98, cujas disposições aplicam-se indistintamente a todas as instituições financeiras.
Assim agindo, na forma da lei acima mencionada, procurei fazer com que a informação chegasse regularmente ao COAF, órgão integrante da estrutura do Ministério da Fazenda e que detém competência legal para conhecer e analisar assuntos dessa natureza. Comuniquei, também, o fato à autoridade superior à qual a CAIXA encontra-se vinculada.
Não fui o responsável pelo vazamento da informação e estou convicto de que nenhum empregado da CAIXA deu causa à divulgação indevida, atuando nos estritos limites da legalidade.
Entretanto, diante das repercussões desse episódio, visando resguardar imagem institucional da CAIXA, entendi por bem colocar meu cargo à disposição do Excelentíssimo Senhor Presidente da República, na certeza de que, ao final, tudo será devidamente esclarecido.
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