O motorista Francisco Chagas da Costa, 56 anos, que trabalhou para os ex-assessores do ministro da Fazenda Antonio Palocci na Prefeitura de Ribeirão Preto, em São Paulo, confirma que levou um envelope de dinheiro para Ademirson Ariovaldo da Silva, assessor especial de Palocci na Fazenda, no estacionamento do Ministério. A afirmação foi feita em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo.Segundo ele, a entrega foi uma ordem de Vladimir Poleto, ex-assessor de Palocci. Costa também afirma ter visto o ministro "várias vezes" na mansão do Lago Sul, onde eram realizadas trocas ilegais de dinheiro. As declarações do motorista vão de encontro ao depoimento do caseiro Francenildo dos Santos Costa.
"Nós fomos ao Ministério (da Fazenda) e tinha um envelope, possivelmente de dinheiro, que eu levei junto com o (caseiro) Nildo. Chegando lá, eu liguei para doutor Ademirson, ele desceu e nós passamos para ele", afirmou o motorista.
Segundo Francenildo, havia de R$ 5 mil a R$ 7 mil no envelope. Francisco disse não saber precisar o valor.
Assim como Francenildo, o motorista diz que Palocci chegava à casa sempre num Peugeot prata de Ralf Barquete, outro ex-assessor de Palocci. Porém, ao contrário do caseiro, disse nunca ter visto Palocci dirigindo o carro.
Os depoimentos contradizem o ministro, que tem afirmado não ter mantido contato com seus ex-assessores de Ribeirão. Francisco trabalhou para os ex-assessores de Palocci de março de 2003 a janeiro de 2004.
O motorista contou que conheceu Poleto, Buratti e Ralf Barquete, morto em 2004, por meio do empresário Roberto Kurzweil, dono do Omega que, segundo reportagem da revista Veja, teria sido utilizado em 2002 para transportar dólares vindos de Cuba para o PT.
"O início dessa história foi com o senhor Roberto Carlos Kurzweil, o primeiro que eu conheci desse povo. Eu era motorista fixo da locadora que eles alugavam carro há muito tempo. Aí eu fui servi-los, Roberto Carlos e Ralf Barquete. Depois deles é que eu passei a conhecer o resto da turma: Vladimir Poleto, Buratti, Ademirson, o irmão do Ralf, o Rui Barquete".
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