O plenário da Câmara dos Deputados aprovou, com 261 votos, a cassação do deputado Pedro Corrêa (PP-PE) na noite desta quarta-feira. Corrêa, presidente do PP, é acusado de quebra de decoro parlamentar por ter autorizado um ex-assessor do partido, João Cláudio Genu, a sacar R$ 700 mil das contas do empresário Marcos Valério de Souza, apontado como operador do "mensalão", o suposto esquema de pagamento de mesadas a parlamentares em troca de apoio político.Ao se defender das acusações de quebra do decoro parlamentar, Corrêa argumentou que seu nome ou o de parente seu nunca foi citado como beneficiário de recursos provenientes do Banco Rural ou do BMG e que nunca havia ouvido falar de Marcos Valério Fernandes de Souza antes das denúncias do ex-deputado Roberto Jefferson.
"Fui informado do recebimento dos recursos por ser presidente do partido", disse Corrêa, se referindo aos R$ 700 mil sacados pelo assessor do partido, João Cláudio Genu, e entregues ao advogado do ex-deputado Ronivon Santiago. Ele reafirmou que os assuntos financeiros do partido eram gerenciados pelo deputado José Janene (PP-PR).
O presidente do Conselho de Ética, Ricardo Izar, comemorou o resultado. "Os deputados estiveram em suas bases neste final de semana e sentiram as fortes manifestações populares e da mídia. Com isso, não tinha como ser absolvido", afirmou.
Izar disse ainda que agora o plenário está seguindo o caminho correto, ao acompanhar o Conselho de Ética. "Ninguém melhor que nós para saber como deve ser feito, pois acompanhamos o processo inteiro".
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