A Vila Isabel chegou ao seu segundo título do Grupo Especial do Carnaval do Rio de Janeiro com uma "ajudinha" do governo venezuelano de Hugo Chávez. A escola recebeu US$ 1 milhão (cerca de R$2,11 milhões) da estatal petrolífera venezuelana PDVA para mostrar na Marquês de Sapucaí, o tema Soy loco por ti América - A Vila canta a latinidade.
O presidente venezuelano chegou a ser esperado no camarote da Vila Isabel para os desfiles do Rio de Janeiro, mas acabou não comparecendo. No local, decorado com as cores venezuelanas, esteve toda a diretoria da petrolífera. Segundo o presidente da Vila Isabel, Wilson Moisés Alves, foram gastos R$ 200 mil com a estrutura do camarote.
Após a apuração, Alves reconheceu publicamente a importância que teve a contribuição econômica do governo de Chávez para conquistar o troféu do carnaval. "Quero agradecer especialmente à PDVSA pelo apoio, que foi decisivo", disse Alves à Reuters.
"Vamos mandar agora um convite para o presidente Chávez agradecendo o apoio e convidando-o, mais uma vez, para participar do desfile da Vila", completou o presidente da escola, que volta ao sambódromo no sábado para o Desfile das Campeãs.
O candidato presidencial opositor Julio Borges chegou a criticar o governo venezuelano por financiar uma escola de samba no Carnaval do Rio de Janeiro num momento em que "há tanta necessidade e pobreza" no país.
Borges criticou o fato de o país financiar "uma espécie de desfile, como todos conhecem no Brasil, quando na Venezuela há tanta necessidade de empregos, de segurança e de proteção social", segundo declarou à emissora Unión Radio. A PDVSA chegou a pagar propaganda na TV badalando a ajuda generosa ao Carnaval da Vila.
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