Lula, de dieta, fala mais e viaja menos

 

Politica - 10/02/2006 - 22:59:00

 

Lula, de dieta, fala mais e viaja menos

 

Da Redação com agências

Foto(s): Divulgação / Arquivo

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai viajar menos pelo mundo e falar mais para o público brasileiro no ano da reeleição. Ele está reservando a agenda e as energias para as inaugurações no final do mandato e para a campanha eleitoral, embora não tenha assumido ainda a candidatura. Não é um movimento declarado, mas ficou claro nesta quinta-feira, quando Lula convidou para um café da manhã os jornalistas que o seguem nesta sua quinta viagem pelo continente africano. O presidente não costuma proporcionar conversas informais aos repórteres. Nem é de rejeitar encontros com chefes de Estado, como deu a entender que fará em maio, faltando à cúpula América Latina-União Européia em Viena. No encontro com Lula, os jornalistas puderam notar que o presidente perdeu peso e não tocou na saborosa comida árabe oferecida na residência de hóspedes do governo da Argélia, na localidade de Zeralda. Ele tomou apenas café preto e fumou uma cigarrilha. "Eu não tenho me pesado ultimamente", disse Lula ao ser perguntado sobre o acerto de contas com a balança. O presidente fez um checape no último fim de semana e está fazendo uma dieta rigorosa. Há 40 dias não bebe álcool, segundo contou o ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, na chegada da comitiva presidencial à Argélia na quarta-feira. Só Mercosul Lula fará em março uma visita de Estado ao Reino Unido e também vai à posse da nova presidente chilena, Michelle Bachelet. Daí em diante, só vai cruzar a fronteira para reuniões ordinárias do Mercosul. Lula chegou nesta quinta-feira ao Benin, vindo da Argélia. Vai ainda a Botsuana e África do Sul, voltando domingo ao Brasil. Ao final, terá visitado 17 países africanos em cinco etapas. O Itamaraty planejou uma sexta viagem ao continente, mas o presidente descartou. Lula só iria a Viena se a cúpula contasse com um número expressivo de chefes de Estado europeus, o que o Itamaraty não prevê. Mas há outro motivo para o presidente evitar viagens ao exterior: a partir de abril, quem substituir Lula interinamente na Presidência da República ficará impedido de disputar as eleições de outubro. Os três substitutos imediatos de Lula são políticos com projetos eleitorais. O vice-presidente José Alencar (PMR-MG) não deve repetir a chapa com Lula, mas pode tentar a volta ao Senado ou o governo de Minas. O presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), tentará renovar o mandato de deputado. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), terceiro na linha de substituição, só assume se adiar o sonho de ser governador de Alagoas. Qualquer ausência temporária de Lula deve levar interinamente ao Planalto, pela primeira vez, uma mulher, a ministra Ellen Gracie Northfleet, que em abril assumirá a presidência do Supremo Tribunal Federal (STF). "Parece que o senhor não quer tornar inelegível o seu amigo Aldo Rebelo", sugeriu um jornalista no café da manhã. Lula riu da brincadeira mas não apresentou qualquer outra explicação para seu 2006 brasileiro. Em outro ponto da conversa, ele reclamaria que, no último ano de governo, todos os gestos do presidente são atribuídos ao desejo de se reeleger. "Se a gente acorda, é por causa da reeleição. Se dorme, é reeleição", desabafou Lula.

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