Ex-diretor da Casa da Moeda desmente Marcos Valério

 

Politica - 05/10/2005 - 00:47:13

 

Ex-diretor da Casa da Moeda desmente Marcos Valério

 

Da Redação com agências

Foto(s): Divulgação / Arquivo

 

O ex-presidente da Casa da Moeda, Manoel Severino dos Santos, negou na, 4, terça-feira, em depoimento na CPI do Mensalão, ter sacado pessoalmente dinheiro das contas de Marcos Valério, como consta na lista apresentada pelo empresário às CPMIs. O ex-presidente da Casa da Moeda aparece como sacador de R$ 2,6 milhões.Santos admitiu participação indireta no recebimento de R$ 100 mil provenientes de conta do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, Santos disse que, apesar de não ter recebido diretamente esses recursos, o dinheiro foi utilizado na quitação de dívidas da campanha de Benedita da Silva ao governo do Rio de Janeiro em 2002. Santos, que era tesoureiro da campanha de Benedita, disse que não cuidou do levantamento desses recursos e que credenciou outro coordenador da campanha, Carlos Manoel da Costa Lima, para cobrar o dinheiro e pagar os fornecedores. Santos negou que tivesse recebido ou sacado dinheiro das contas do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza. "Nunca estive em nenhuma agência do Banco Rural nem autorizei ninguém a sacar dinheiro das empresas de Marcos Valério em meu nome", disse o depoente, em reunião da CPI do Mensalão. Segundo a Agência Câmara, Santos confirmou, no entanto, que teve vários encontros com Marcos Valério e disse que está disposto a esclarecer o tema dessas reuniões. O ex-presidente da Casa da Moeda informou que foi tesoureiro da campanha de Benedita da Silva ao governo do Rio de Janeiro em 2002 e, no segundo turno das eleições daquele ano, participou da campanha de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência. Santos negou, porém, que durante sua gestão na Casa da Moeda tivesse beneficiado alguma pessoa física ou jurídica que contribuiu para as campanhas de Benedita ou de Lula. Santos disse que seu nome foi uma indicação consensual do PT para a presidência da Casa da Moeda, que assumiu em maio de 2003. Ele pediu demissão do cargo em agosto deste ano, depois de ter sido apontado como beneficiário de quatro saques das contas de Valério. Os saques, realizados entre agosto de 2003 e julho de 2004, somam R$ 2,67 milhões. Na reunião, o depoente colocou à disposição da CPMI seus sigilos bancário, fiscal e telefônico. Neste momento, ele responde às perguntas do relator, deputado Ibrahim Abi-Ackel (PP-MG). Santos informou que a campanha de Benedita custou R$ 2,6 milhões e que ficaram dívidas de cerca de R$ 170 mil. O depoente afirmou que teve a iniciativa de procurar o então tesoureiro do PT, Delúbio Soares, para que o ajudasse a quitá-las. Lista de Valério Manoel Severino dos Santos ressaltou, porém, que não sabe porque seu nome está ligado aos saques e afirmou que só teve conhecimento de que o dinheiro veio de contas de Marcos Valério no Banco Rural depois de as dívidas terem sido quitadas. De acordo com a lista de saques apresentada por Valério, Santos teria recebido R$ 2,6 milhões, o mesmo valor gasto na campanha de Benedita. Sobre a coincidência dos números, o ex-tesoureiro disse que os valores não têm ligação, já que a prestação de contas da campanha foi feita em 2002 e os supostos saques ocorreram entre abril de 2003 e julho de 2004. Encontros Sobre as reuniões que teve com Marcos Valério, Severino dos Santos explicou que a primeira delas ocorreu em 2003, quando foi procurado pelo empresário. Na ocasião, Valério teria oferecido os serviços de sua agência de publicidade para divulgar as ações da Casa da Moeda ¿ oferta que foi recusada. Santos disse que foi sua a iniciativa dos demais encontros que teve com Marcos Valério - três deles ocorridos em 2003, um em 2004 e dois em 2005. Ele queria que o empresário intermediasse reuniões dele com a Brasil Telecom, pois a Casa da Moeda estava interessada em voltar a produzir cartões telefônicos.

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