A Polícia Federal (PF) entrega hoje ao Supremo Tribunal Federal (STF) o relatório parcial do inquérito sobre o escândalo do "mensalão", no qual reúne elementos para indiciar 12 parlamentares e ex-parlamentares que sacaram dinheiro de caixa dois das empresas de Marcos Valério - também incriminado, segundo as investigações policiais. Ao todo, a PF vai sugerir o indiciamento de 16 pessoas: o publicitário Duda Mendonça, o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e o ex-secretário-geral do partido, Silvio Pereira, também constam da lista. Os deputados federais citados já enfrentam processo de cassação na Câmara. De acordo com o jornal O Estado de S.Paulo, caberá ao STF decidir pelo indiciamento ou não dos 16 acusados. Entre os citados estão o ex-deputado Valdemar Costa Neto, presidente do PL, que renunciou; Carlos Rodrigues (PL), outro a desistir do mandato para evitar cassação; o ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT-SP); e o ex-líder do PT Paulo Rocha (PA).
Ao encaminhar o relato de suas primeiras conclusões, a PF solicitará mais tempo para apurar o caso, abrindo a possibilidade de reunir indícios contra outros suspeitos. O ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) e o deputado e ex-ministro José Dirceu (PT-SP), que ainda não depuseram, podem ser incluídos na lista nos próximos dias.
Empréstimos
Dados entregues à CPI dos Correios por PF, Receita Federal e Procuradoria Geral da República concluem que é falsa a versão de empréstimos bancários apresentada por Valério e Delúbio para justificar a origem do dinheiro e encobrir a forma supostamente ilegal de captação dos recursos. A maior parte do dinheiro de caixa dois saiu de contas de Marcos Valério no Banco Rural. Ontem, o empresário reafirmou a tese dos empréstimos.
Segundo a PF, há indícios de que o dinheiro distribuído por Valério, por meio das agências de publicidade SMP&B e DNA, provinha de estatais e de empresas privadas que mantêm ou mantinham contratos com o governo federal.
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