Governo "investiu" mais de R$ 1,5 bi em Aldo

 

Politica - 29/09/2005 - 08:28:44

 

Governo "investiu" mais de R$ 1,5 bi em Aldo

 

Da Redação com agências

Foto(s): Divulgação / Arquivo

 

Para garantir a eleição do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) para a presidência da Câmara pela apertada margem de 258 a 243 votos em segundo turno, o governo jogou pesado. Mobilizou pelo menos quatro ministros para o corpo a corpo no Congresso e prometeu a partidos como PL, PP e PTB a liberação de mais de R$ 1,5 bilhão em verbas. Também prometeu cargos de segundo e terceiro escalões, especialmente para o PTB do ex-deputado Roberto Jefferson, cassado após aprofundar a crise política com denúncias de "mensalão". No dia anterior à eleição de ontem, o Planalto, mediante intervenção direta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, já tinha prometido liberar R$ 680 milhões de um total de R$ 1 bilhão para o Ministério dos Transportes, capitaneado por Alfredo Nascimento, do PL, em troca de apoio à candidatura de Rebelo. No mesmo dia, já tinha acertado junto ao PTB a devolução dos cargos perdidos pela sigla após as acusações de Jefferson. Mais que isso, o ministro do Turismo, o petebista Walfrido Mares Guia, garantiu, horas antes do pleito, que o governo federal irá liberar R$ 335 milhões de um orçamento de aproximadamente R$ 500 milhões para a pasta, de acordo com o jornal O Estado de S.Paulo. Na semana anterior às eleições, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, anunciou que injetaria mais R$ 500 milhões em emendas de bancadas. O Palácio do Planalto também buscou votos entre os parmentares do PP, partido do ex-presidente da Casa Severino Cavalcanti (PE), que renuniciou ao mandato para escapar da cassação por cobrança de propina. Foi usada a mesma estratégia de oferta de cargos e recursos em relação a PL e PTB: o Ministério das Cidades, comandado por Márcio Fortes (da cota do PP), deverá ter os cargos de segundo escalão ocupados por nomes escolhidos pelo partido de Severino. Atualmente, descontando Fortes, a pasta é ocupada predominantemente por petistas. Durante as negociações com o PP, quando já tinha garantido presença no segundo turno, Aldo chegou a ligar para o ex-presidente Severino Cavalcanti em busca de apoio. Com emendas garantidas para sua base eleitoral (o ex-deputado tentará voltar â Câmara em 2006), Severino, que ainda exerce forte influência em seu partido, deu o sinal verde para a sigla votar no candidato governista. Ministros A mobilização do governo para garantir a presidência da Câmara também incluiu as participações dos ministros de PP, PL e PTB - partidos fundamentais para a vitória de Rebelo. Orientados pelo coordenador político de Lula, Jaques Wagner, Walfrido Mares Guia (PTB - Turismo), Alfredo Nascimento (PL - Transportes) e Márcio Fortes (PP - Cidades) foram encaminhar as promessas às suas bases. No caso do PTB, a intervenção de Mares Guia foi fundamental para emplacar a barganha. Ao final do primeiro turno, o candidato Luiz Antônio Fleury Filho (SP) constatou que não tinha recebido os votos de todos os parlamentares de sua bancada e ameaçou abandonar a sigla. Então o titular do Turismo interveio, acenando com R$ 50 milhões em emendas e ameaçando deixar o cargo caso fosse "traído". Após momentos de tensão, os deputados petebistas fecharam apoio a Rebelo, levando os governistas a comemorarem, antecipadamente, a viória nas eleições de ontem.

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