Os canditatos à Presidência da Câmara Ciro Nogueira (PP-PI), Luiz Antônio Fleury (PTB-SP) e João Caldas (PL-AL), integrantes de partidos diretamente envolvidos no escândalo do "mensalão", se reúnem hoje para tentarem definir um único nome para disputar o cargo no pleito de amanhã. Membros do "baixo clero", como ficaram conhecidos os parlamentares de menor visibilidade na Casa, após a eleição de Severino Cavalcanti, os três acreditam que, junto, terão mais chance de chegar ao segundo turno. De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, eles contam com a conquista de votos no PMDB, que está dividido entre as candidaturas de Michel Temer (SP) e do governista Aldo Rebelo (PCdoB-SP). Juntas, as três bancadas somam 144 das 513 cadeiras. Para ganhar as eleições em primeiro turno, o concorrente tem de somar mais da metade dos votos válidos.
Segundo a Folha, o nome mais cotado para encabeçar a coalizão é o de Ciro Nogueira (PP-PI), corregedor da Câmara e afilhado político de Severino, que renunciou ao cargo de parlamentar e à presidência da Casa devido a denúncias de corrupção.
A possibilidade de Temer integrar a grupo ficou mais remota desde ontem, porque o presidente nacional do PMDB ainda aposta em captar votos entre os governistas descontentes com o apoio do Planalto a Rebelo. Também ficou mais difícil a adesão do outro candidato do PP, Francisco Dornelles (RJ), escolhido pela bancada do próprio partido na semana passada. O PP, porém, realizou encontro ontem, no qual cogitou o apoio a Nogueira. Irritado, Dornelles não compareceu. Cerca de um terço dos deputados ainda estariam apoiando Francisco Dornelles.
Devido às divergências, contudo, um candidato único de centro pode sair somente no segundo turno.
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