Severino acerta renúncia e já prepara discurso

 

Politica - 19/09/2005 - 08:41:58

 

Severino acerta renúncia e já prepara discurso

 

Da Redação com agências

Foto(s): Divulgação / Arquivo

 

Depois de ver sua situação política ficar praticamente insustentável após o surgimento de fortes evidências de recebimento de propina, o presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti (PP-PE) já decidiu que renunciará no cargo e passou o domingo acertando a linha do discurso que fará na próxima quarta-feira, quando vai anunciar publicamente a decisão. Hoje, Severino se reunirá com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para comunicar a saída e negociar a permanência de aliados políticos no governo federal - especialmente o ministro de Cidades, Márcio Fortes, da cota do PP, e seu filho José Maurício, indicado para a Delegacia Regional de Agricultura, em Pernambuco. Segundo o Estado de S.Paulo, Lula aceitou receber Cavalcanti mediante uma condição: que o encontro seja aberto e com testemunhas. O Planalto está cauteloso e quer evitar especulações sobre uma possível "proteção" ao presidente da Câmara, mas teme que, se magoá-lo, Severino poderá apoiar a candidatura do atual vice-presidente, José Thomaz Nonô (PFL-AL), ao comando da Casa. De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, apesar de ter fechado questão quando à renúncia aos cargos de deputado federal e de presidente da Câmara, a fim de preservar os direitos políticos e tentar a eleição em 2006, Cavalcanti continuará afirmando que ainda avalia o rumo a seguir devido às acusações de "mensalinho". Porém, ontem, Severino acertou com membros da Mesa que o envio da representação contra ele ao Conselho de Ética não será feito antes de quarta-feira, a fim de ganhar tempo e terminar a redação do discurso, a cargo de seus assessores. Segundo disse ao jornal O Globo o quarto-secretário da Câmara, João Caldas (PL-AL), que esteve reunido com Severino na residência oficial do presidente, em Brasília, a decisão "é unilateral". Caldas confirmou que o deputado fará o discurso na quarta, a fim de anunciar a saída. Na despedida, de acordo com O Globo, Cavalcanti se dirá vítima de uma "cortina de fumaça" montada para desviar o foco das investigações sobre o esquema de distribuição de dinheiro armado pelo empresário Marcos Valério junto com o PT, cuja origem dos recursos não foi até agora identificada pelas CPIs. Severino manterá a versão de que o cheque apresentado pelo empresário Sebastião Buani (que acusa o parlamentar de cobrança de propina) foi um empréstimo ao filho falecido Severino Cavalcanti Júnior. Buani garante que o documento, no valor de R$ 7,5 mil e descontado por uma secretária do deputado, é uma prova do suposto "mensalinho" repassado para garantir a renovação de um contrato de concessão do restaurante Fiorella, da Câmara. Severino ainda hesitava quanto à renúncia porque, abandonando o cargo, perderá foro privilegiado para responder na Justiça às acusações. Hoje, como parlamentar ele só responde perante ao Supremo Tribunal Federal (STF) por seus atos.

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