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A bancada do PTB, que conta hoje com 45 deputados, vai se reunir na próxima terça-feira para discutir, entre outros assuntos, a sua posição em relação ao governo após a cassação do mandato de Roberto Jefferson. Segundo o líder do partido na Câmara, deputado José Múcio Monteiro (PE), o momento é de reflexão. "Muitas coisas vão acontecer. Até segunda-feira muita gente será lançada na fogueira. Temos o problema da Mesa e a questão do presidente da Casa", afirmou.
A reunião foi convocada pelo presidente do PTB, Flávio Martinez, segundo a Agência Câmara. Em junho, no início da crise política, o partido havia decidido colocar à disposição seus cargos no governo, embora sem deixar a base governista.
José Múcio Monteiro adianta que o partido deverá adotar agora uma posição de autonomia. "Estamos em um processo de independência já há algum tempo. Temos votado aquelas matérias que consideramos boas para o País", observa. Na definição de Monteiro, o partido faz hoje o papel de "amigo sincero". "Quando o projeto é ruim, dizemos que é ruim. Quando é bom, votamos a favor."
Além de Roberto Jefferson, outro deputado petebista corre o risco de perder o mandato. Já há um processo por quebra de decoro aberto no Conselho de Ética contra Romeu Queiroz (MG).
Depois da cassação do mandato de Jefferson por 313 votos, 56 a mais do que o necessário, o líder do PTB considera que a Câmara sinalizou que vai ser muito dura na análise dos processos que tramitam na Casa.
O líder do PT, deputado Henrique Fontana (RS), prefere aguardar a decisão do PTB para avaliar como ficará a situação parlamentar do governo. Mas reconhece que as negociações pontuais deverão ganhar ainda mais força a partir de agora.
Fontana aponta que há um conjunto de projetos que precisam de um amplo diálogo dentro do Congresso. "Costumo dizer que nenhum deputado aprova uma proposta conforme imagina. Todo projeto é trabalhado, emendado, alterado." O Governo Lula depende dos partidos da base aliada para conseguir a aprovação de projetos de seu interesse.
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