Documentos secretos da CPI dos Correios desapareceram pela segunda vez em menos de 10 dias, informou hoje o presidente da CPI, Delcídio do Amaral (PT-MT). Na semana passada, sumiram papéis relativos a movimentações da agência de publicidade SMP&B, de propriedade do empresário Marcos Valério. Delcídio alegou que o fato deixa ele e o Osmar Serraglio, o relator da CPI, em uma situação constrangedora. Desta vez, desapareceram os comprovantes do Banco Rural relativos a saques que teriam sido efetuados por Marcia Regina Cunha, esposa do ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT-SP). O documento chegou à CPI juntos com outros no meio da tarde de ontem. Foi remetido pelo banco depois que a CPI quebrou o sigilo das empresas de Valério.
Delcídio disse que vai tomar medidas drásticas para evitar que o fato se repita. "É um fato lamentável, vamos tomar providências para que isso não ocorra mais", disse ele a jornalistas.
Amanhã será realizada uma reunião administrativa da comissão para definir uma sistemática de acesso aos documentos relacionados às denúncias e depoimentos da comissão. "Vamos ter que adotar um modus operandi para o manuseio de documentos confidenciais", disse Delcídio.
Segundo Delcídio, os saques efetuados nas agências do Banco Rural, confirmados nos documentos verificados até agora, já ultrapassam 30 milhões de reais. O presidente da CPI informou que mais de 40 pessoas ligadas a parlamentares e a partidos políticos, que teriam efetuado os saques, já foram identificadas.
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