O secretário de Finanças e Planejamento do PT, Delúbio Soares, divulgou neste sábado uma nota à imprensa para esclarecer a reportagem veiculada pela revista Veja a partir deste sábado. Delúbio confirma a existência do empréstimo citado pela revista no Banco de Minas Gerais (BMG), e admitiu que deu uma informação equivocada a Genoino na última sexta-feira e, por isso, o presidente do PT teria declarado à Veja que a transação não existiu. O tesoureiro garantiu que solicitará ao banco na segunda-feira todos os extratos referentes à operação. Também sábado, Genoino se corrigiu durante um evento em São Paulo. "Quero informar que dei uma informação equivocada para a Veja porque eu recebi da secretaria de finanças (do PT) a informação de que o Marcos Valério não era avalista de nenhum empréstimo do PT", disse. "O empréstimo foi feito por orientação do Delúbio Soares", teria dito. Entretanto, Genoino não havia admitido se Valério teria realmente quitado parcela do empréstimo por meio de uma de suas empresas.
Leia abaixo a nota na íntegra:
Em relação à reportagem da revista Veja sobre o empréstimo do PT com o BMG, esclareço:
1. Quando indagado pelo presidente José Genoino, nesta sexta-feira, sobre os avais dos empréstimos do PT, ative-me às operações celebradas com o Banco Rural, mencionadas pela imprensa nas últimas semanas. Transmiti ao Presidente uma informação incompleta e, portanto, equivocada. Por meio desta nota, esclareço questões referentes ao empréstimo do PT junto ao BMG - Banco de Minas Gerais.
2. No início de 2003, o Partido dos Trabalhadores necessitou de recursos para fazer frente aos seus compromissos financeiros, vindo a celebrar um empréstimo de R$ 2,4 milhões junto ao BMG, com previsão de pagamento em julho daquele ano.
3. Para a concretização da operação, o banco exigiu avais de terceiros, a começar pelos dirigentes que, no ato, assinavam pelo Partido, Delúbio Soares de Castro e José Genoino Neto.
4. Como nosso patrimônio é notoriamente insuficiente para garantir uma dívida desse valor, o BMG exigiu aval de pessoa com patrimônio compatível, tendo Marcos Valério Fernandes de Souza concordado em nos dar essa garantia.
5. O PT não conseguiu cumprir a obrigação assumida, tendo "rolado" a dívida, com pagamentos parciais e prorrogações de vencimento.
6. Em 1º de julho de 2004, o PT se comprometeu a pagar de pronto juros no valor de R$ 349.927,53, que também não teve condições financeiras de honrar.
7. Em razão de sua responsabilidade como avalista, Marcos Valério Fernandes de Souza realizou esse pagamento ao banco, ficando credor dessa importância junto ao PT.
8. Face à impossibilidade de verificar os documentos contábeis ou consultar o BMG neste fim-de-semana, solicitaremos ao banco na segunda-feira todos os extratos referentes à operação.
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