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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) teve em abril a maior alta desde julho pressionado por aumentos pontuais, mas a aceleração dos núcleos mostrou que o cenário inflacionário ainda é preocupante, segundo analistas.
O IPCA subiu 0,87 por cento no mês passado, ante 0,61 por cento em março, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira.
Economistas ouvidos pela Reuters previam, em média, leitura de 0,84 por cento, com prognósticos de 0,80 a 0,86 por cento.
O núcleo por exclusão —sem alimentos em domicílio e preços administrados— passou de 0,41 por cento em março para 0,71 por cento.
O núcleo por médias aparadas com suavização subiu de 0,62 para 0,70 por cento e o sem suavização foi de 0,49 para 0,70 por cento.
"O número tem pressões pontuais, como ônibus, energia e remédios, mas é inegável que você não pode falar apenas de pressões pontuais porque quando você olha para os núcleos vê uma pressão, eles estão bastante altos", disse Alexandre Maia, economista-chefe da GAP Asset Management.
REMÉDIOS E ÔNIBUS: OS VILÕES
As maiores pressões vieram dos preços de remédios e ônibus, cada um com contribuição de 0,13 ponto percentual para o índice do mês. As tarifas de ônibus foram reajustadas no Rio de Janeiro, Porto Alegre e São Paulo.
A terceira maior contribuição veio de energia, de 0,10 ponto percentual.
Os preços de alimentos também tiveram impacto, com avanço de 0,81 por cento em abril —mais forte que a alta de 0,26 por cento em março.
No ano, o IPCA acumula elevação de 2,68 por cento e nos últimos 12 meses, de 8,07 por cento. O indicador serve de base para o sistema de metas do país e o alvo perseguido pelo Banco Central neste ano é de 5,1 por cento.
O IPCA mede a variação dos preços para famílias com renda de até 40 salários mínimos nas regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro, Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Brasília e Goiânia.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) —que mede os preços de famílias com até oito salários— subiu 0,91 por cento em abril, ante 0,73 por cento em março.
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