O presidente da Argentina, Néstor Kirchner, destacou a "boa relação" que o une ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e o "bom clima" que permeou o jantar que tiveram na segunda-feira, ao qual também compareceu o líder venezuelano, Hugo Chávez. O encontro aconteceu após jornais argentinos terem indicado que o governo de Kirchner estaria irritado com as iniciativas de Lula, especialmente a atuação do presidente brasileiro como mediador de conflitos regionais. As declarações foram feitas por Kirchner depois de regressar ao hotel onde está hospedado em Brasília, segundo contou a jornalistas um funcionário argentino.
No encontro, os três presidentes trataram da possível integração da Venezuela ao Mercosul na qualidade de membro pleno - atualmente, ela é associada -, da cooperação energética e entre meios de comunicação estatais dos três países.
O minstro das Relações Exteriores, Celso Amorim, informou que Lula e Kirchner terão um encontro reservado nesta terça-feira, para tratar do desconforto recentemente gerado por declarações atribuídas ao presidente argentino, segundo as quais ele teria criticado as aspirações brasileiras de assumir um papel de destaque no plano político da América Latina. Os dois presidentes também devem tratar dos problemas comerciais entre os dois países.
Amorim também garantiu que a reunião desta segunda-feira não abordou as relações conflituosas entre Venezuela e Estados Unidos.
A situação do Equador, cujo presidente deposto Lucio Gutiérrez recebeu asilo territorial no Brasil recentemente (concessão criticada por Kirchner), foi abordada superficialmente, de acordo com o ministro. Os três presidentes não entraram em detalhes sobre como se chegará a uma convergência sobre a necessidade de se garantir um mandato popular legítimo naquele país.
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