O presidente de Cuba, Fidel Castro, classificou na segunda-feira a Organização dos Estados Americanos (OEA) como "uma porcaria" a serviço dos Estados Unidos e reiterou suas críticas ao chanceler mexicano, Luis Ernesto Derbez, dizendo que ele é o candidato "fracassado" do governo de Washington à secretaria-geral da entidade.
Fidel relembrou o apoio da OEA à intervenção militar na República Dominicana em 1965, e acusou a instituição de manter o silêncio frente ao genocídio de 200 mil pessoas na guerra civil da Guatemala e ao desaparecimento de dezenas de milhares com as ditaduras militares sul-americanas.
"O que fez esse lixo quando nos invadiram pela Praia Girón?", perguntou o presidente da ilha.
"Tenho todos os motivos do mundo para dizer que é uma porcaria, um lixo", completou Fidel em um discurso de três horas para funcionários do Partido Comunista, civis e militares.
Irritado com o voto mexicano contra Cuba na Comissão de Direitos Humanos da ONU, Fidel criticou Derbez, acusando-o de ser um colaborador dos Estados Unidos, e disse que ele é um "candidato que o império quer impor (na OEA) para continuar roubando esse continente".
Fidel disse que Derbez é um candidato "frustrado e fracassado" e que ele valeria renunciar à sua candidatura, já que a América Latina deixaria de votar nele após o voto do México a favor da resolução aprovada na semana passada na comissão da ONU — que criticou a situação dos direitos humanos em Cuba.
A resolução, apresentada pelos Estados Unidos, teve o apoio do México e de vários país centro-americanos. Os Estados sul-americanos que são membros da comissão se abstiveram.
Em 1962, três anos depois do triunfo da revolução comandada por Fidel e em plena Guerra Fria, a OEA suspendeu Cuba como membro do fórum continental. Em 1964 os países-membros, com exceção do México, apoiaram a imposição de um embargo comercial contra Cuba.
"Cuba não quer ingressar nessa porcaria", afirmou o presidente.
|