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Todo governo, seja qual for o seu perfil ideológico, tem necessidade de um grupo de assessoria intelectualmente qualificado e de auxiliares superiormente instrumentados para pensar e operar um sistema de poder. Constituem aquilo que os que estudam sociologia política chamam de inteligenzia (aliás, uma expressão russa).
Os quadros do PT, expressiva parte deles recrutados na área acadêmica, e que, por isso mesmo, se supunham qualificados para exercer as tarefas de poder, têm se revelado um monumental fracasso. Livrescos, insistem em querer fazer a realidade se inserir nas suas elucubrações teóricas a qualquer custo. O resultado é o que se vê: um desfile de insucessos em quase todas as áreas e de malogros formidáveis, exatamente onde não poderiam falhar, ou seja, na área social.
O ministro da Educação, Tarso Genro, é um destes quadros - um intelectual com vários ensaios filosóficos de viés marxista publicados e que parecia ser a mais cintilante estrela intelectual do PT.
Pois bem. O ministro passou dois meses colhendo sugestões de setores vinculados ou interessados no processo educacional do País, e eis que, agora, anuncia algumas idéias que são verdadeiros delírios. Uma delas é a criação de uma escola pública especializada em Geopolítica e Defesa, uma espécie de incubadora para a implementação de um "projeto de nação".
Projeto de nação tinha sim um inegável sentido no Império, e graças ao Visconde do Uruguai, a Zacarias Góis de Vasconcelos, a Joaquim de Nabuco, a Bernardo Pereira de Vasconcelos, ao Visconde de Rio Branco e de outros tantos estadistas do Império, o Brasil se consolidou como nação, uma proeza histórica.
Quase um século depois da vida nacional ter adquirido forma e organização de verdadeira nação, a Escola Superior de Guerra (ESG), instituição que abrigava alguns talentosos militares como Góis Monteiro e Golbery do Couto e Silva, quis reeditar um novo projeto de nação. Durante alguns anos do regime militar, a ESG teve grande prestígio e foi a responsável por algumas das megalomanias triunfalistas da época, como o projeto Brasil Potência.
Pretender criar um projeto de nação na atual quadra histórica mundial, com a globalização e fragilização do Estado Nacional, é não só um delírio juvenil como uma exibição de absoluta indigência intelectual. Mas, infelizmente, esta idéia brotada nas cabeças iluminadas dos "companheiros" - não é a única do sr. Tarso.
Outras estão em curso, como a eleição direta dos reitores para todas as universidades brasileiras, independente de sua personalidade jurídica, pública ou privada. Onde ela está instituída, já conhecemos os resultados desastrosos. Piores, pelo visto, só ao final da gestão do sr. Tarso.
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