María Corina Machado recebe Nobel da Paz após fuga arriscada da Venezuela
Da Redação .
Foto(s): Divulgação / WikiCommons
Líder opositora deixou o país em segredo por barco até Curaçao e avião para Oslo, desafiando proibição de Maduro. Cerimônia em dezembro expôs tensão diplomática e reações divididas na região.
O Comitê Norueguês do Nobel concedeu o Prêmio da Paz de 2025 a María Corina Machado em outubro por seu trabalho na promoção de direitos democráticos e luta por transição pacífica da ditadura para democracia na Venezuela. A opositora, escondida desde janeiro após eleições presidenciais contestadas de 2024, saiu do país em operação secreta com apoio de rede clandestina e governo dos Estados Unidos. Ela chegou a Oslo na véspera da entrega, vestida de branco, saudando apoiadores do Grand Hotel após 16 meses sem contato físico com familiares. Sua filha, Ana Corina Sosa, recebeu inicialmente o prêmio em seu nome, em reencontro emocionante.
Nicolás Maduro reagiu com hostilidade, chamando Machado de bruxa demoníaca e ordenando o fechamento da embaixada venezuelana na Noruega como protesto contra o comitê independente. O governo chavista mobilizou apoiadores e acusou a líder de terrorismo, reforçando proibição de saída desde 2014 e intensificando buscas. Políticos do regime destacaram repúdio popular a supostas ameaças externas, enquanto a oposição venezuelana celebrou o Nobel como sinal de fraqueza de Maduro.
Oposição liderada por Machado, que apoiou Edmundo González nas eleições fraudadas segundo atas de 80% das urnas, viu no prêmio impulso para unidade contra o regime. Países vizinhos adotaram posturas cautelosas: Brasil e Colômbia criticaram pressões externas como as dos EUA, mas sem apoio explícito a Maduro. No Brasil, Lula e Itamaraty mantiveram silêncio inicial sobre o Nobel, com ex-presidente Michel Temer parabenizando Machado publicamente.
Visões da Esquerda
Autoridades alinhadas ao chavismo e Lula veem o prêmio como interferência política. "90% do povo repudia a bruxa demoníaca da Sayona", disse Maduro. Lula ironizou cassação de Machado: "Fui impedido de concorrer em 2018 e, ao invés de chorar, indiquei outro candidato". Celso Amorim qualificou Nobel como político.
Visões da Direita
Setores conservadores celebram o reconhecimento à resistência democrática. "Maduro está com os dias contados", afirmou Machado. Líderes latino-americanos e Trump apoiaram, com presidente do Nobel pedindo renúncia de Maduro. Analistas de direita destacam deslegitimação do regime.
(*) Com informações das fontes: NobelPrize.org, 24noticias.sapo.pt, CNN Brasil, Infomoney, G1 Globo, BBM Bolsa, Gazeta do Povo.
